sábado, 21 de fevereiro de 2015

ESSE PESSOAL NÃO CANSA NUNCA

Pensei que a velhice nos trouxesse uma certa serenidade e lucidez em relação a certos assuntos, mas não. O húngaro István Mészáros está lançando MAIS UM LIVRO SOBRE A CRISE DO CAPITALISMO. Deve ser o 158976324415º desde que Marx lançou "O Capital". Vai ver tava faltando só o dele. O "filósofo" ainda acredita numa alternativa socialista para nosso planetinha azul e naquela bobajada de "motor da História".

Que velhice mais triste, meu Deus!


Vitória. Apoiadores do Syriza comemoram o resultado da eleição grega
Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters/25-01-2015

http://oglobo.globo.com/cultura/livros/filosofo-istvan-meszaros-analisa-ascensao-de-novos-partidos-na-europa-como-syriza-podemos-15395541

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

BOM DIA, NOITE

Filme de 2003 que mostra o grupo das Brigadas Vermelhas que sequestraram o então presidente da Itália, o democrata-cristão Aldo Moro. Posteriormente, o tal tribunal “revolucionário” o condenou à morte. O assassinato não aparece no filme, mas o corpo de Aldo foi encontrado com cinco tiros depois de esgotadas todas as negociações – que incluíram um apelo do papa Paulo VI (que por sinal morreria no mesmo ano em que se deu o crime sendo substituído por João Paulo I, cujo pontificado durou meros 33 dias – o resto é história).

É curioso ver como estes grupelhos como Brigadas Vermelhas, o Baader-Meinhof entre outros, tudo meia-dúzia de gato pingado, achava que encarnava mesmo os anseios do povo. Uma das cenas é clara quando o primeiro-ministro da Itália está falando se sendo aplaudido. Os terroristas ficam estarrecidos. Como aplaudindo um membro da burguesia? Não tem ninguém vaiando? Cadê a revolta do povo que viemos libertar?

A história é contada pelo ponto de vista de Chiara, uma bibliotecária que com seu ar inocente parecia despistar todo o aparato de segurança da Itália.

Mas Chiara (Anna Laura Braghetti, seu nome verdadeiro) é mostrada no filme possivelmente romantizada. Ela vibra ao saber do sequestro. Mas começa a se apiedar do refém. Um velho inofensivo cujo único crime era pertencer do partido democrata-cristão. No meio da história, sua personagem serve para deixar uma coisa muito clara no filme à medida em que ele avança: o discurso dos comunistas é apenas a repetição do discurso fascista. E isso com imagens provando que a tática dos dois grupos é simplesmente a mesma:  a eliminação do adversário. Talvez Anna/Chiara não goste muito do filme. Até porque ela era do balacobaco. Depois da morte de Aldo Moro cai na clandestinidade e ainda chega a participar de algumas das ações mais sangrentas das Brigadas, chegando a matar o vice-presidente do Conselho de Magistratura, Vittorio Bachelet. Ou seja, a humanização de Chira é uma licença poética. E que funciona.

É claro que muitos acham incompreensível o governo italiano não ter libertado os presos políticos exigidos pelas Brigadas Vermelhas. As teorias da conspiração pipocam aqui e acolá: pressão da OTAN, inimigos que não queriam que ele voltasse mesmo pra casa e por aí vai. Ou, vá lá, os membros do governo botaram na cabeça que com bandido não se negocia, embora nunca se saiba o preço que se vai pagar. É aí que está a angústia

No mais, é um bom filme.

domingo, 19 de outubro de 2014

MESMO COM TUDO ISSO, CHICO ALENCAR NÃO ME ENGANA: ELE É 13-CONFIRMA.

Da coluna de Ancelmo Gois:

Saquaremas e luzias
Fez sucesso nos círculos intelectuais o artigo de Christian Lynch publicado no GLOBO na semana passada.

O cientista político compara o atual duelo Dilma x Aécio aos embates no primeiro Império entre os saquaremas, que defendiam, a exemplo do PT, um Estado mais forte, com os luzias, partidários de um Estado menor.

Só que...
O deputado e historiador Chico Alencar lembra que o pessoal que caracteriza assim a polarização atual entre PT (saquaremas) e PSDB (luzias) parece ter se esquecido de um comentário que também se encaixa bem no Brasil de 2014, feito por Holanda Cavalcanti, senador do Império:

— Nada mais parecido com um luzia que um saquarema no poder.

APÓCRIFO

Acabei de receber um vídeo no WhatsApp mostrando Danilo Gentili contando uma série de piadas com Aécio Neves. Aquelas de cocaína e tal. Um telefone "apócrifo", claro. O número de quem enviou é 63 942 581 02, de Tocantins. Coisa dos MAVs do PT, não me resta dúvidas. Como conseguiram meu telefone? Sei lá eu. De qualquer forma mandei uma resposta. Não sei se vão receber ou não. Se receberem, já sabem que aqui é…

 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

IPEA OU É PEIA?

A culpa do erro do Ipea só pode ser do Fernando Henrique...

DA SÉRIE “SOCIALISMO É BOM PROS OUTROS”

Recebo a informação de que o restaurante de Jandira Feghalli, a comunista cujo partido apoia o regime ultrademocrático do querido líder Kim Jong Un, cobra NOVE PILAS A COCA-COLA.

E eu aqui pensando que ela ia distribuir comida aos desvalidos.

Pelo jeito, ela prefere mesmo os reaças que optam pelo ato pequeno-burguês de comer em restaurantes...

FILOSOFICES

É como disse o filósofo Away:

“O gigante acordou, foi dar o cú e voltou a dormir com a bunda ardendo.”

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

SOBRE A VENEZUELA

Eleição não é e não deve ser o único parâmetro pelo qual se pode julgar se um regime é democrático ou não. O regime militar brasileiro tinha eleições. Os nazistas chegaram ao poder dentro da legalidade da Constituição alemã.

Democracia é TAMBÉM manutenção das instituições, é não mudar a configuração dos Supremos Tribunais colocando lá só simpatizantes, não mudar Constituições ao bel prazer dos mandantes de turno. É imprensa livre para que VOCÊ filtre suas opiniões. É não armar milícias simpatizantes ao líder carismático da vez.

Uma Democracia com D maiúsculo tem a obrigação de equacionar as pressões da esquerda e da direita.

Democracia é Estado de Direito, leis votadas num parlamento eleito. É vez e voz. Democracia não é tiro na cabeça de manifestante. Democracia não é prisão arbitrária. Não é tortura. Não é colocar no seu país agentes de outras ditaduras com as quais o maluco da hora tem afinidades. Democracia não é diminuir pobreza na canetada.

O caminho é longo, difícil, cheio de espinhos. Mas é o único possível. Pra quem quiser democracia de verdade, lógico.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

MACONHA GLOBALISTA

Todos nós sabemos que Olavo de Carvalho é um paranóico que vê o dedo dos Rockfeller e de George Soros em tudo! Até, vejam vocês, na liberação da maconha do Uruguai…

Mas, opa! Peraí, caceta! Que porra é essa de manchete do El País?!?!

Marihuana: Mujica vuelve con la bendición de Soros y Rockefeller

Bom, é só ler o link.

http://www.elpais.com.uy/informacion/marihuana-mujica-vuelve-bendicion-soros-rockefeller.html

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

MANDELA E A CONCILIAÇÃO

No artigo abaixo, Mario Sérgio Conti explica que Mandela só virou o conciliador hoje exaltado porque… bem, porque não tinha alternativa. Stalinista-moleque, stalinista-de-várzea, Mandela saiu da cadeia e viu que os governos que ele mais admirava (comunistas e sanguinários) estavam mudando: a China estava reformando a sua economia, o Vietnã também, o Muro de Berlim tinha acabado e a União Soviética tinha ido pro saco.

Celebridade cordial

Mandela escreveu: 'Num governo do PC, a África do Sul se tornará uma terra de leite e mel’

Políticos, roqueiros, aristocratas, atrizes, atletas, religiosos e potentados de todos os cantos se congraçaram em Johannesburgo. A satisfação deles por estarem lá era tamanha (Obama até tirou um selfie) que a beatificação de Nelson Mandela ficou em segundo plano. Comemoravam a conciliação, como não cansaram de repetir. Festejavam também o triunfo das imagens sobre a realidade, do símbolo sobre a substância, da celebridade sobre o anonimato. A unanimidade só não foi absoluta porque o povo cismou de vaiar justamente o herdeiro político de Mandela, o presidente Jacob Zuma.

Oportunista, o Partido Comunista da África do Sul reconheceu o que sempre desmentiu: Mandela era dirigente do PC quando participou da luta armada e foi condenado à prisão perpétua. Nada demais na militância comunista contra séculos de exploração colonial e décadas de apartheid, regime sustentado urbi et orbi (em 1987, Estados Unidos, Inglaterra e Portugal votaram nas Nações Unidas contra a soltura de Mandela). Mas relembre-se que o PC sul-africano foi tão stalinista quanto o de Cuba e o da Coreia do Norte. O partido se insurgiu contra as denúncias de Kruschev dos crimes de Stalin e apoiou as invasões soviéticas da Hungria e da Tchecoslováquia. Montou campos para encarcerar adversários e usou a tortura como método.

Ao ser preso, Mandela deixou para trás cadernos nos quais copiava, à mão, escritos de Stalin e assemelhados. Numa das anotações, escreveu: “Num governo do PC, a África do Sul se tornará uma terra de leite e mel. Não haverá desemprego, fome nem doença”. O caminho para a utopia era a estatização das grandes empresas, das mineradoras e do sistema bancário. Só assim se obteria justiça social.

Durante 27 anos de cárcere, Mandela não renunciou à luta armada ou a nenhuma das suas ideias. No exterior, seus companheiros organizaram a campanha de boicote às empresas que faziam negócios com o apartheid. Conquistaram uma legitimidade que outro movimento de libertação nacional, o palestino, jamais logrou. Num imenso comício no estádio de Wembley, na Inglaterra, a palavra de ordem “Abaixo o apartheid” foi substituída em 1980 por “Free Mandela”. Ele começava a virar um ícone. Mas só aceitou ser libertado junto com os outros presos políticos, e depois de garantida a liberdade de expressão, organização e de imprensa.

Ele mudou em 1992. Na sua biografia autorizada, Anthony Sampson conta que Mandela abandonou quaisquer objetivos socialistas no Fórum Econômico de Davos daquele ano. Lá, foi convencido — e pressionado — pelo grande empresariado mundial de que a África do Sul não obteria investimentos, nem empréstimos do FMI, se não abrisse a África do Sul para o capital. Do contrário, o país seria estrangulado. As conversas decisivas, porém, foram com dirigentes dos PCs da China e do Vietnã, que já privatizavam setores inteiros da economia. No pano de fundo de todas as mudanças estava a debacle da União Soviética, um ano antes.

Mandela ajudou então na criação de uma burguesia negra parasitária. Deixou em paz empresas e indivíduos racistas — inclusive policiais que perpetraram massacres. Abandonou o igualitarismo. O balanço do seu governo, e dos que inspirou em seguida, é complexo. Cada eleitor tem direito a seu voto. A república é uma e indivisível. Os negros têm acesso nominal a tudo. O fornecimento de água e energia melhorou, mas os serviços são de péssima qualidade. Foram construídas casas populares.

No entanto, a desigualdade social aumentou, bem como o desemprego, que é da ordem de 25% da força de trabalho. Metade da população vive abaixo da linha de pobreza, recebendo dois dólares por dia. Os brancos ganham em média seis vezes mais que os negros. A violência urbana e a corrupção são endêmicas. Mais de 300 mil pessoas morreram de Aids porque o presidente Mbeki acreditava que o vírus do HIV era invenção dos brancos.

Em não havendo justiça na vida real, sobraram imagens e simbolismo. Mandela convidando seu carcereiro para a cerimônia de posse na presidência. Com camisas feéricas, escolhidas a dedo, tresandando charme em dancinhas de palanque. Aplaudindo a seleção nacional de rúgbi, um esporte branco. Frequentando Bono e Bill Gates. Abraçando, sorrindo e dizendo frases vazias. À frente da Copa. Mesmo morto, patrocinando o aperto de mão entre Raúl Castro e Obama. Mandela, celebridade cordial, é mais uma marca — disputada a tapa pelos herdeiros — que uma política.

Para ser eficaz, uma ideologia deve expressar ou distorcer a realidade. Pode-se dizer que Mandela foi realista. Ou que se conformou à ordem mundial. Ou que traiu o leite e o mel da libertação. Em Johanesburgo, os poderosos desse mundo preferiram chamá-lo de conciliador.

UM GOVERNO QUE REGULA MAROFA

O Uruguai não legalizou a brenfa. Ele a estatizou. Sendo estatal, certamente a manga rosa vai acabar faltando. E neste caso, quem será chamado a abastecer o mercado? Creio que os mesmos de sempre.

No artigo abaixo, Carlos Augusto Sardenberg ainda elenca outras cositas que podem transformar o Uruguai na maior boca de fumo do continente.

Legalizar a maconha não é uma boa ideia. Mas pode levar a uma situação menos ruim que a atual. Os usuários continuariam aí ─ e necessitando de cuidados ─, mas os traficantes perderiam o mercado e, pois, o dinheiro com o qual ganham a guerra, assassinando desde adversários até usuários inadimplentes, intimidando e corrompendo policiais, juízes e governantes. O Estado economizaria bilhões hoje torrados em operações policiais.

E por que legalizar só a maconha ou inicialmente a maconha? Porque é a menos prejudicial das drogas e porque forma a maior parte do mercado.

A tese não é nova. Tem sido debatida por um grupo de ex-presidentes, incluindo Fernando Henrique Cardoso. Nos EUA, os estados de Colorado e Washington aprovaram há um ano o “uso recreativo da maconha”, sob regras, agora estabelecidas, que organizam a produção e a venda. No Uruguai, o Congresso acaba de legalizar a maconha, prevendo normas que ainda serão explicitadas por ato do presidente José “Pepe” Mujica.

É curioso. A ideia de legalizar é, na origem, liberal. Melhor deixar a escolha por conta do cidadão livre, o mercado para a livre iniciativa. Decisão polêmica, certamente, e mais ainda para o esquerdista Mujica. Consequência: o governo uruguaio tenta dar à ideia uma aparência de política pública de esquerda. Quer sair das sombras do tráfico para o controle total do Estado.

Acreditem: nas primeiras discussões, Mujica e seus seguidores falaram em estatizar tudo, desde as fazendas de cannabis até as fábricas de cigarros e as redes de varejo. A lei aprovada nesta semana não foi assim explícita. Prevê, por exemplo, o licenciamento de produtores, mas não diz como isso será feito, nem quais empresas poderão se habilitar. Fica claro, porém, que todo o processo, inclusive a importação de sementes e eventual exportação de maconha, será controlado diretamente pelo Estado.

Entre “entregar” o negócio ao capital privado que só busca lucro e criar uma superestatal agroindustrial e comercial, no que o leitor apostaria?

Os consumidores, esses serão estatizados. Para comprar os cigarros, a pessoa, maior de 18 anos, precisa se cadastrar em um órgão governamental. Terá assim uma carteirinha de maconheiro, com a qual poderá comprar até 40 cigarros por mês.

O preço será tabelado pelo governo. Talvez um dólar por cigarro, para competir com o tráfico, dizem as autoridades, e também para não se tornar uma atividade muito lucrativa. Ora, se não for lucrativa, terá que ser assumida ou subsidiada pelo Estado.

Usuários poderão plantar e processar sua própria erva, em casa. Isso com licença do governo, limitada a seis plantas por domicílio, sob rigorosa fiscalização, claro.

Então, vamos reparar? É ou não é uma das melhores ideias de jerico já produzidas pela esquerda latino-americana? Estatizar e subsidiar o barato é uma proeza.

Mas, dirão, a maconha estatizada deve ser melhor que um mercado dominado pelo tráfico. Seria, se a estatizada não estivesse prontinha para cair nas mãos dos traficantes.

Começa pela carteirinha de maconheiro. Digamos que uma minoria de militantes da droga tope isso, para marcar posição. Mas o maconheiro, digamos, normal, não vai querer manchar seu nome.

Não é por que terá sido legalizada que a maconha ganhará aprovação social e absolvição médica. Todos sabem que a droga é nociva, vicia e prejudica o desempenho das pessoas.

Assim, companhias aéreas, empresas de ônibus, construtoras, fábricas com equipamentos complexos têm um bom argumento para recusar os maconheiros oficiais. Isso cria uma questão jurídica. Se a maconha é legal, como a empresa pode discriminar o usuário? Por outro lado, admitindo que tudo esteja montado, forma-se um baita mercado. Cada maconheiro oficial tem direito a 40 cigarros/mês. Eis um novo emprego. Os traficantes vão mobilizar “funcionários” que ganharão algum dinheiro sem trabalhar, apenas se registrando como maconheiros.

Na verdade, a produção estatizada vai dispensar o tráfico de boa parte do plantio, produção e distribuição. Se os traficantes hoje compram até juízes, não conseguirão seduzir um funcionário de uma lojinha oficial? Ou convencer moradores a plantar e vender o excedente? Vão financiar a produção doméstica.

Finalmente, todo o complexo estatal da maconha será um grande negócio. Ou seja, muitos cargos ─ e dinheiro ─ para serem disputados pelos políticos.

Quem defende a legalização da maconha reconhece que a maior dificuldade é justamente o processo. A estatização à Uruguai é a pior proposta. As regras dos estados americanos? Próximo assunto.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O FACÍNORA E A LIBERDADE DE IMPRENSA

Em "O homem que matou o facínora" (que filme, meus caros, que filme!), Liberty Valance, o facínora propriamente dito, tenta melar uma eleição na pequena cidade de Shinbone (que faz parte de um território que quer virar Estado). Ele tenta ser eleito (irregularmente), mas perde, é claro. No jornal da cidade, o sr. Peabody, o editor, estampa na manchete: Liberty Valance derrotado!

Furioso, Valance invade o jornal, destrói tudo e depois de ouvir umas poucas palavras sobre a liberdade de imprensa, spaeca umas três chicotadas na cara do jornalista.

Liberty Valance tentou regular a mídia e democratizar a imprensa. Para a sorte da cidadezinha, não conseguiu.

domingo, 17 de novembro de 2013

AS PRIMEIRAS TENTATIVAS DO PT DE “DEMOCRATIZAR” A MÍDIA*

Por Victor Grinbaum

Em 2002, durante as eleições presidenciais, eu e um então amigo lançamos um blog. Após um longo tempo em busca de um nome, acabamos por batizá-lo de “Anti-Lula”. Nunca foi um título 100% de meu agrado, mas que acabou ficando por falta de um melhor.

Nossa pretensão era simples: colecionar artigos e reportagens que contrariassem a crença cristalizada na imprensa e em grande parte do povo de que o candidato petista à Presidência era o monopolista da virtude e da moralidade pública.

Rapidamente começamos a receber e encontrar pequenos traços de que Lula e seus partidários não eram criaturas tão ilibadas assim. E da mesma forma que choviam indícios de atitudes antiéticas dos petistas, éramos também bombardeados por todo tipo de ameaças e calúnias por parte da militância daquele partido. Mas como já esperássemos por aquilo, seguimos em frente.

Após a realização do primeiro turno das eleições, redobramos o empenho. Sabíamos que aquilo não tinha poder nenhum de influenciar no resultado final do pleito, mas queríamos apenas deixar um registro histórico para quando o futuro descobrisse aquilo que vínhamos alertando.

Até que faltando poucos dias para o segundo turno, este meu então amigo me telefonou. Ele morava em São Paulo e fora procurado pelo então presidente da Federação Israelita daquele Estado (Fisesp). O homem simplesmente EXIGIU que o “Anti-Lula” fosse imediatamente retirado do ar. A razão?

Na noite anterior, a Fisesp promovera uma palestra com um delegado da Polícia Federal que prestava serviços de “segurança virtual” àquela entidade. Mauro Marcelo de Lima e Silva era o seu nome. E no meio da palestra, realizada apenas para dirigentes de entidades judaicas, ele exibiu a home do “Anti-Lula” no projetor, e declarou: “Sou petista e serei o Chefe da Polícia Federal. Sou homem de confiança do futuro presidente da república e se os senhores não derem um jeito de tirar este blog do ar, a minha polícia não vai mais tirar nenhum site nazista do ar!”

Na mesma semana, havíamos aludido às ligações escusas entre Lula, José Dirceu e o empresário Roberto Teixeira. Teixeira era compadre de Lula e nós recebêramos de uma forme uma informação quentíssima sobre uma negociata entre os três personagens citados e os gestores da massa falida da Transbrasil. Estávamos ainda apurando a informação quando veio a “ordem superior” da Fisesp. O meu “sócio” imediatamente obedeceu e tirou o “Anti-Lula”, pois era prestador de serviços para a FISESP. E após a posse de Lula, Mauro Marcelo de Lima e Silva foi nomeado não apenas chefe da PF, mas diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Os anos se passaram e todas as sombras que levantamos no “Anti-Lula” se confirmaram. Inclusive as que envolviam o trio Lula/Dirceu/Teixeira. E Mauro Marcelo acabou exonerado de seu cargo na Abin, após também ter seu nome envolvido em escândalos.

Ontem, José Dirceu foi preso e conduzido à uma carceragem da Polícia Federal. Foi condenado por crime de corrupção cometido enquanto foi Ministro-Chefe da Casa Civil de Lula. Os demais envolvidos no caso do blog não foram presos.

Lembrei-me destas histórias hoje, lendo os jornais e curtindo o meu domingo. Fui envolvido em uma chantagem das altas esferas, mas estou aqui. Estou feliz? Não. Só um Dirceu na cadeia é muito pouco para a necessária depuração do país. E ainda sinto um travo amargo ao recordar que a chantagem só prosperou graças à covardia dos dirigentes da Fisesp.

Pouco me importa. Nestes anos todos, enquanto lulas e mauros marcelos viam apodrecer suas reputações, eu me dediquei a jogar um pouquinho de merda nas imagens destes “grandes líderes”. E se o Brasil ainda terá que percorrer um longo caminho até se livrar em definitivo da chaga petista, as entidades israelitas terão que correr muito até conseguirem de volta a confiança que as coletividades lhes retiraram.

Azar o deles!

* O ÚNICO  a comprar a briga de Victor foi Olavo de Carvalho no artigo “Estado policial já”, onde já denunciava a tentativa do PT de cassar a liberdade de expressão.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

IT’S THE END OF INTERNET AS WE KNOW IT

O governo cansou de brincar de internet livre. Foi bom enquanto durou. Não vai faltar quem diga: "É um exagero! É só andar na linha!" Mas a internet é exatamente não andar na linha. Dilma quer pressa na aprovação: tudo que o PT não consegue controlar, ele quer regular (nome bonito para censurar). Com a ajuda de políticos com o rabo preso, o projeto deve passar com uma mudança aqui e outra ali.

Além do mais, um projeto que é apoiado por Ricardo Berzoini não pode ser bom NUNCA.

Aqui.

JÁ PODE FECHAR A ONU

Cuba está no Conselho de Direitos Humanos da maior estatal sem serventia já criada pelo homem. Ao lado dela, estão Rússia e China.

Nessas horas, é bom perguntar: por que não a Coreia do Norte?

Puta injustiça.

PERIMETRAL

Eduardo Paes é um obstinado: ele não tirou da cabeça a ideia de provocar o maior engarrafamento de todos os tempos e que jamais será superado!

PRIORIDADES

50108 homicídios dolosos em 2012. E todo mundo preocupado com o valor do ingresso no Maracanã.

ASSIM NÃO BRINCO MAIS

Por Flavio Morgenstern:

LEGALIZEM OS XINGAMENTOS! Essa vidinha de merda em que você pode xingar de reaça (eu tomo como elogio), coxinha, viúva da ditadura, conserva, carola, crente, "loirinha" (cf. Marilene Felinto), playboy, paty, filhinho de papai, recalcado (xingamento intelectuerda), porco (inclusive como sinônimo para "policial"), anta, mula e last but not least, ROTTWEILLER hidrófobo, mas não pode chamar de macaco, gorda, mal-comida, bicha e viado porque aí é "preconceito" e hiper-ofensivo já deu no saco. Não agüenta bullying, não APLIQUE bullying em quem pode ofender profundamente a sua hipersensibilidade de guri de apartamento metido a guerrilheiro revolucionário só com 5 letrinhas em resposta.

COMITÊ NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO: EM BREVE, NUM MINISTÉRIO PERTO DE VOCÊ

A notícia:

OS DEZ PIORES ALIMENTOS PARA A SUA SAÚDE

O comentário:

Por Thomas Ferreira Martins, no Facebook:

Aguardem. Em breve, uma nova lei proibirá, restringirá ou sobretaxará esses alimentos. Tudo para o nosso bem, claro. Essa lei provavelmente será requisitada por vocês, com o aval da imprensa e dos meios culturais. Universitários ocuparão os campi reivindicando o "marco regulatório" da alimentação. Vadias marcharão desnudas pelo direito de proibir alimentos opressores. A fábrica da Kibon será invadida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Gordura (MSG). O imposto do bacon será tratado como solução urgente e inadiável, uma questão de saúde pública. Seus opositores serão xingados de fascistas, reaças e, mui propositadamente, coxinhas. Em suma, toda a "sociedade organizada" (a.k.a. ONGs e grupos lobistas) se levantará contra a "bancada do bacon" e a maléfica indústria do sorvete. Se for a estadunidense imperialista Häagen Dazs então meu amigo, aí a destruição se revelará à altura de nossa pátria livre, progressista e cheia de bondade.