quinta-feira, 24 de julho de 2008

A ARTE DE BATIZAR PERSONAGENS

Pegando carona num post de Ruy Goiaba.

Ele elogia a iluminação que alguns autores possuem na hora de batizar seus personagens. Passando por Joyce e Nabokov, Goiaba chega a Aguinaldo Silva. Ora, Aguinaldo segue a linhagem inaugurada por Dias Gomes na TV.

Como podemos esquecer Odorico Paraguassu? Zico Rosado?Aristóbulo? Tião Moleza? Zeca Diabo? (Não, não: Édipo e Jocasta, não!)

E Dias Gomes, por sua vez, seguiu apenas o caminho aberto por José Cândido de Carvalho, autor do inesquecível "O coronel e o lobisomem". Aliás e a propósito, Gomes seguiu não só a arte de batizar personagens de Zé Cândido como a própria maneira de falar de Odorico Paraguassu, que é totalmente tirada da obra do escritor campista. Cópia mesmo. É só ler. Odorico ao falar lembra Ponciano de Azeredo Furtado, o coronel medroso de Zé Cândido.

Opa, Ponciano. Voltei ao tema. Personagens. José Cândido tem uma lista de nomes excelentes em seus romances, contos e crônicas. A seguir, uma humilde listinha:

Lulu Bergantim

Bem-Bem Rosa

Rebordão Castanheira

Pernambuco Nogueira

Badaró do Rosário

Major Juju Bezerra (um major chamado Juju e que ainda era levado a sério é demais)

Afanor Pereira (mais conhecido como Fofó Peço-a-Palavra)

Finfilóquio Tupinambá

Gerundina Melo

Pernevildo Mattoso

Esta é apenas uma pálida amostra desta arte, tão bem exercida por José Cândido de Carvalho: batizar personagens!

E tenho dito.