"Uma revolução sem pelotão de fuzilamento não faz sentido", teria dito Lênin. Ele passou sua carreira elogiando o Terror da Revolução Francesa porque seu bolchevismo era um credo único, "um sistema social baseado em sangria". Os bolcheviques eram ateus, mas dificilmente políticos seculares no sentido convencional: dignavam-se a matar com a presunção da mais alta proeminência moral. O bolchevismo pode não ter sido uma religião, mas estava perto. Stálin disse a Béria que os bolcheviques eram "uma espécie de ordem religioso-militar." Quando Jerjinski, fundador da Tcheca, morreu, Stálin chamou-o de "cavaleiro devoto do proletariado". A "ordem dos portadores de espada" de Stálin assemelhava-se mais aos templários, ou mesmo à teocracia dos aiatolás iranianos, do que a qualquer movimento secular tradicional. Eles morreriam e matariam por sua fé no progresso inevitável na direção do aperfeiçoamento, sacrificando suas famílias com um fervor visto somente nos massacres e martírios religiosos da Idade Média - e do Oriente Médio.
(...)
Os "portadores da espada" tinham de crer com fé messiânica, agir com implacabilidade correta e convencer os outros de que estavam certos ao fazer isso. O fanatismo "quase islâmico" de Stálin era típico dos magnatas bolcheviques (...). A maioria tinha um passado de devoção religiosa. Odiavam a cultura judaico-cristã, mas a ortodoxia de seus pais foi substituída por algo ainda mais rígido, uma amoralidade sistemática: "Essa religião - ou ciência, como era modestamente chamada por seus adeptos - investe o homem de autoridade semelhante à de Deus [...]. Nos anos 30, muitas pessoas traçaram um paralelo com a vitória do cristianismo e acharam que essa nova religião duraria mil anos (...). "Todos concordavam com a superioridade do novo credo que prometia o céu na terra, em vez de recompensas no outro mundo.
O Partido justufucava sua "ditadura" pela pureza de sua fé. Suas Escrituras eram os ensinamentos do marxismo-leninismo, considerados verdades "científicas".
Estado laico na acepção da palavra...
(...)
Os "portadores da espada" tinham de crer com fé messiânica, agir com implacabilidade correta e convencer os outros de que estavam certos ao fazer isso. O fanatismo "quase islâmico" de Stálin era típico dos magnatas bolcheviques (...). A maioria tinha um passado de devoção religiosa. Odiavam a cultura judaico-cristã, mas a ortodoxia de seus pais foi substituída por algo ainda mais rígido, uma amoralidade sistemática: "Essa religião - ou ciência, como era modestamente chamada por seus adeptos - investe o homem de autoridade semelhante à de Deus [...]. Nos anos 30, muitas pessoas traçaram um paralelo com a vitória do cristianismo e acharam que essa nova religião duraria mil anos (...). "Todos concordavam com a superioridade do novo credo que prometia o céu na terra, em vez de recompensas no outro mundo.
O Partido justufucava sua "ditadura" pela pureza de sua fé. Suas Escrituras eram os ensinamentos do marxismo-leninismo, considerados verdades "científicas".
Estado laico na acepção da palavra...
