
De fato, Israel caminhava muito bem para se tornar um Estado completamente desenvolvido, a poucas décadas do final presumido da monarquia unificada, por volta de 900 a.C. Por completamente desenvolvido queremos dizer: um terrirtório governado por uma máquina burocrática, que se manifesta na estratificação social confirmada pela distribuição de itens de luxo, porgrandes projetos de construção e por próspera atividade econômica, incluindo o comércio com as regiões vizinhas e um sistema de assentamento completo e desenvolvido.
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Existe também grande diferença no planejamento e desenvolvimento das cidades que sediavam as capitais; Samaria, capital do reino do norte [Israel], foi instalada como um grande e suntuoso centro de governo, no começo do século IX, e Jerusalém só foi completamente urbanizada no final do século VIII a. C.
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Não há dúvida de que os dois Estados da Idade do Ferro - Israel e Judá - tinham muito em comum. Ambos veneravam YHWH (entre outras deidades). Seus povos partilhavam inúmeras lenda, heróis e contos sobre eventos de seu passado distante. Eles também falavam a mesma língua, ou dialetos do hebraico, e por volta do século VIII a.C. ambos usavam a mesma escrita. Mas também eram muito diferentes, entre si, em sua composição demográfica, potencial econômico, cultura material e relacionamento com os seus vizinhos. Resumindo, Israel e Judá vivenciaram histórias bem diferentes e desenvolveram culturas distintas. De certo modo, Judá era um pouco mais que a hinterlândia rural de Israel.