quinta-feira, 9 de outubro de 2008

CIDADE, ESTADO E PAÍS

Hoje rolou o primeiro debate entre os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro: Eduardo Paes e Fernando Gabeira. Foi no auditório do Globo.

(Pela manhã, um susto: Paes teria pedido o apoio de Crivella! Céus, que tiro no pé! Então os eleitores se mobilizam para tirar o sobrinho do "bispo" Macedo do segundo turno, conseguem, e Paes vai segurar na mão do cara?! Só isso vai render uns dois pontos pro Gabeira!)

Bom, Gabeira começou bem. Disse que sua primeira providência é fazer um levantamento sobre asfaltamento e iluminação nas ruas, valas, podas, conservação. Nada mais prefeitura do que isso! Nada mais síndico, que é o que nós queremos quando escolhemos um candidato para votar.

As sensações que regem o eleitor, creio, obedecem às sensações sobre as principais ocupações atuais dos mandatários. Cesar Maia, por exemplo, no item conservação da cidade, deixou o Rio às traças. E é logo a sensação que o sujeito tem quando abre a porta ou a janela de casa. Ora, se você realiza um desses dois gestos e vê sua rua mal iluminada, ou esburacada, isso cai logo na conta do prefeito. Não tem discussão.

No caso do governo do Estado, é a segurança. Se a sensação de violência aumenta ou diminui, isso influi diretamente na popularidade do governador. Repito que isso é uma reflexão sobre os dias atuais. Daqui a dez anos, espero, a maior preocupação dos moradores dos estados brasileiros será sobre a qualidade dos romances de Dostoievski. Mas enquanto esse dia não chega, temos que nos precaver dos trabucos que adentram nossas narinas...

No campo federal... Bom, no campo federal, "é a economia, estúpido!". Estando ela bem - e eu já disse isso aqui, a maioria da população não lembra nem que existe um presidente da República - o que, infelizmente, Lula sempre faz questão de nos lembrar.

É batido, mas é verdade: moramos na cidade. Uma cidade bem cuidada diante de nossos olhos sempre nos fará dizer: "É uma cidade bem administrada!" Asfalto em dia, iluminação ok, valas consertadas e por aí vai. Prefeitura se constrói no dia-a-dia.

Gabeira, eleito sendo, vai pegar um funcionalismo que não entra em greve há 16 anos. A educação é a ideal? A saúde é a ideal? Claro que não! Mas é um funcionalismo respeitado e isso é motivo de loas a César Maia, sim. Mas no quesito do "abrir a janela ou o portão" que é a primeira sensação que temos quando olhamos para a cidade, deixou a desejar. Foi pífio. Nulo. Ele, tão metido a "analista", poderia ter percebido isso. Garanto que sua candidata, a Solange, se daria bem melhor.

Assim sendo, com o funcionalismo trabalhando, sem greves, Gabeira pode se ocupar da conservação da cidade. E olha que isso já vai consumir, por baixo, o primeiro ano de seu mandato...

Bom, este recado também vale pro Eduardo Paes.