segunda-feira, 20 de outubro de 2008

STÁLIN (17): O ANTI-SEMITISMO DO "SUPREMO"



O anti-semitismo de Stálin continuava a ser uma mistura de preconceito antiquado, suspeita de um povo sem terra e desconfiança, uma vez que seus inimigos eram com freqüência judeus. Era tão despudorado que, em Ialta, disse francamente a Roosevelt que os judeus eram "atravessadores, especuladores e parasitas". Mas, depois de 1945, houve uma mudança: Stálin passou a ser um anti-semita obsessivo e rancoroso.

Sendo antes de tudo um homem político, essa posição de Stálin era, em parte, um juízo prático: combinava com seu novo nacionalismo russo. A supremacia dos Estados Unidos, com sua poderosa comunidade judaica, fazia com que os judeus soviéticos, com suas conexões americanas restauradas durante a guerra, parecessem uma desleal quinta-coluna. Suas suspeitas em relação aos judeus eram outra faceta de seu complexo de inferioridade em relação aos Estados Unidos, bem como um sintoma de medo da nova confiança auto-assertiva de seu próprio povo vitorioso. Era também uma maneira de controlar seus velhos camaradas cujas conexões judaicas simbolizavam sua nova confiança cosmopolita após a vitória. Do mesmo modo, detestava qualquer pessoa com lealdades mistas, e notara que o Holocausto havia tocado e despertado os judeus soviéticos, mesmo entre os magnatas. Seu novo anti-semitismo emanava de sua nova paranóia, exarcebada quando o destino entrelaçou os judeus à sua família.

Não obstante, ainda fazia o papel de internacionalista, atacando amiúde as pessoas por serem anti-semitas e recompensando judeus em público (...).