sexta-feira, 4 de março de 2011

DEMÊNCIA SEM FRONTEIRAS: A ONG QUE NUNCA PÁRA, AGORA ATACA BLOCOS DE CARNAVAL

A Demência Sem Fronteiras, no afã de acabar com qualquer forma de humor e tornar o mundo muito mais chato do que é, agora resolveu, através da escritora Ana Maria Gonçalves, implicar com blocos de Carnaval. É o primeiro passo, quem sabe?, para acabarmos com o Tríduo Momesco.

A causa do ataque de perereca é o cartaz criado por Ziraldo para o bloco “Que merda é essa?'” que mostra Monteiro Lobato (que, segundo fontes da Demência Sem Fronteiras, é um racista monstruoso) abraçado, vejam só, a uma mulata.

Vocês sabem que Monteiro Lobato virou nosso Mark Twain - que também foi cassado e caçado pelo Comitê de Demências Politicamente Corretas da Demência Sem Fronteiras nos Estados Unidos por usar a palavra “nigger” em seu romance “Huckleberry Fynn”.

Como vemos, a Demência Sem Fronteiras não pára. Em qualquer lugar, ela vê racismo, homofobia e quejandos. Implicam com qualquer coisa. Até com blocos de rua…


UPDATE

A honestidade me impede de fechar os olhos para o que eu li. Na Logo, página móvel do Globo, há uma série de cartas de Monteiro Lobato para seus amigos onde ele, de fato, prega a eugenia e se refere aos negros com desprezo.

Já disse e repetirei enquanto puder: não acredito em “homens do seu tempo”. Fosse assim, todos os alemães seriam nazistas, todos os romanos apoiariam a luta de gladiadores, todos os brancos seriam da Ku Klux Klan (apoiada por Lobato, infelizmente) e todos os religiosos endossariam as fogueiras. Entretanto, cabe notar que este não era um pensamento isolado. Ele estava em companhia de gente como J. M. Keynes, H. G. Wells e Aldous Huxley. Um mito das esquerdas, Margaret Sanger, uma espécie de padroeira do aborto, era uma racista que apoiou todas as bandeiras eugênicas possíveis e imagináveis. O que hoje pode ser considerado como máximo liberalismo – e falamos do aborto – era, na verdade, a ferramenta com a qual Sanger contava para eliminar os negros.

Isso não isenta de modo algum Monteiro Lobato. Não isenta ninguém. O mínimo de tolerância é um passo para uma existência daquilo qyue entendemos como civilização.

Contudo, discordo veementemente da tentiva de movimentos multiculturais, politicamente corretinhos, de agrilhoar o pensamento alheio numa época como o Carnaval. A bem dizer, em qualquer época.

Deixem Lobato abraçar a mulata! Ou queriam que Ziraldo o desenhasse dando uma porrada na moça?


Post originalmente publicado em 25 de fevereiro de 2011, às 11:37.