quinta-feira, 19 de junho de 2008

EXCESSO E MÉTODO

Como vocês já devem ter lido à esquerda, Titio Persegonha não comenta mais outros blogs. Descobri que eu ocupava inutilmente espaço em outros sites quando tinha o meu. Aqui, posso falar o que quiser e foda-se. Ninguém tem nada a ver com isso. Ou tem. Sei lá.

É fato, porém, que vários blogs me inspiram alguns textos. Este post, no site do Pedro Doria, é um deles. Mais do que o texto, o que me inspira são alguns comentários.

Ora, já teve um merdinha por aqui pra dizer que eu defendia torturas. Eu? Posso até ter me expressado de forma equivocada. Mas nunca defendi um choque no saco de ninguém. Aliás, nem uma cuspida na cara. Sempre disse que toda ditadura é nociva. Toda. Nunca fiz exceção alguma.

O problema são os dois pesos e duas medidas...

Sempre que citamos o número de vítimas das ditaduras socialistas e as comparamos com o número de vítimas do regime militar brasileiro, aparece um nervosinho, quicando nas tamancas, para dizer que somos relativistas. Eu entendo o lado deles. Não deve ser fácil ser de esquerda e compactuar com 100 milhões de cadáveres e outros milhões de deportados em tempos de paz. Nem cito o número de torturados que sobreviveram. Devem ter sido poucos, uns 80 milhões. Confesso que chuto este último número. Para baixo.

É aqui que entramos no mundo das sutilezas. E elas existem. Caros, há uma diferença entre o que pensamos em relação à torturas do regime militar brasileiro (abomináveis todas) e em relação às torturas socialistas.

No regime militar tupiniquim, isso era um excesso. Isso era "ser além da conta". Tanto é que o próprio regime foi afastando os defensores deste tipo de covardia. Quem não se lembra daquela velha história relativa ao AI-5? Ninguém tinha medo do presidente da República. Tinham medo, isso sim, do guardinha da esquina. A tortura não era uma política de Estado. Não apoiada por toda a cúpula ao menos. Alguns reaças de então, coitados, salvaram da morte e da tortura muitos comunistas. Muitos subversivos. Não se conhecem casos contrários.

Nos regimes socialistas, tão defendido pelos merdinhas do PT, PSOL e PC do B, não. Tortura e execuções eram MÉTODO. O TERROR era política oficial de Estado. Se você fosse um alto dirigente e caísse em desgraça, toda a sua família iria junto. Uma leve desconfiança que um moleque de 15 anos provocasse, fuzilamento. Na URSS, nos estertores da II Guerra, Stálin, o queridinho de Oscar Niemeyer, mandou milhões pessoas INOCENTES para o exílio. São milhões Chicos, Caetanos, Gils, sem direito de ir para a Itália ou Inglaterra. Porque o regime decidia para onde você iria. E o lugar não era nada legal. Era o Terror, simplesmente o Terror. E nenhum Chico, Caetano ou Gil cantou estes terrores... Pelo contrário. Uns queriam morrer "nos braços da guerrilheira" (pra depois a família pedir indenização, acho). Outros faziam apologia a guerrilhas sanguinárias angolanas (apoiadas, vejam só, pelo próprio regime militar brasileiro... Samba do crioulo doido!!!)

Mas não acreditem no dono deste blog. Estudem! Apenas estudem e vejam em que deu a fundação de uma sociedade sem classes tão desejada pelos Veríssimos e Sáderes da vida... Eles vão dizer que não é isso o que eles querem. São intelectuais. São artistas. São sensíveis. Balela. Vivem e lutam por isso. Górki e Isaac Babel também eram artistas. Ao contrário de Veríssimo, eram de primeira. E apoiaram o socialismo de Stálin. Babaram ovo mesmo. O primeiro se desencantou e - provavelmente - morreu envenenado. Babel, grande escritor, foi fuzilado mesmo...

Existe uma diferença entre excesso e método. Eu condeno os dois. Tem gente que condena o primeiro. E quer esconder o segundo...