sexta-feira, 18 de julho de 2008

EM DEFESA DE ISRAEL, de Alan Dershowitz (Parte 7 de 12)

OS PLANOS DE ARAFAT, PRÊMIO NOBEL DA PAZ

Depois da recusa das ofertas, muitos setores árabes meio que viraram as costas para o demente do Arafat. O já citado Bandar ficou furioso, mas também não poderia explanar isso publicamente pois correria o "risco" (aos olhos dos radicais, é claro) de ser um apologista de Barak e Israel. Mesmo assim, Bandar ainda fez declarações abertas:

"Eu ainda não me recuperei, para dizer a verdade intimamente, da magnitude da oportunidade perdida em janeiro [de 2001]."

Mas volta Dershowitz:

"Agora voltamos ao grandioso plano de Arafat para recuperar o apoio de Bandar, dos países árabes e da maioria do resto do mundo. O plano era simples: começar assassinando judeus em oração, adolescentes israelenses em pizzarias e discotecas, mulheres grávidas em shopping centers, trabalhadores fazendo uma pausa para comer falafel e universitários tomando refrigerantes num bar para estudantes. Você pode contar com uma reação exagerada de Israel, especialmente depois de ter ajudado a eleger um general embusteiro [Ariel Sharon] como primeiro-ministro, que prometeu ser duro contra o terrorismo. Mesmo se não houver uma grande reação, certamente haverá alguma que você poderá caracterizar como exagerada. Mesmo uma reação branda ao terrorismo vai produzir algumas vítimas civis, especialmente se você tiver o cuidado de localizar as suas fábricas de bombas ao lado de jardins-da-infância e usar mulheres (incluindo as grávidas) e crianças como escudos humanos, atiradores de bombas ou pedras, e mesmo homens-bomba."

O plano funcionou.

Arafat foi laureado com o Nobel da Paz. Aqui na América do Sul, Emir Sader liderou um movimento para que se indicasse Evo Morales para o mesmo prêmio. É coerente, devo reconhecer. Se Arafat, um terrorista frio, um assassino calculista levou a bolada, não seria de se admirar se a Academia Sueca concedesse o mesmo a um sujeito que está levando a Bolívia às portas de uma guerra civil.

Como não poderia deixar de ser, não era pequena a fortuna pessoal de Arafat: na época de sua morte, ele tinha nas suas contas mais de 300 milhões de dólares. Dessa quantia, bem pouco foi alocada na melhoria de vida dos palestinos.

Um dado a mais sobre a capacidade de tolerância de Arafat, este homem que tanto lutou pela paz, tadinho:

"É interessante lembrar que, quando o governo chinês matou manifestantes na Praça Tiananmen, em 1989 [mais conhecido como o Massacre da Praça da Paz Celestial - que pelo nome não se perca], a primeira pessoa a felicitar Jiang Zemin por conter a manifestação foi Yasser Arafat, falando em nome do povo palestino. Isto é o que ele escreveu:

Em nome do povo palestino, de sua liderança e em meu próprio... aproveito esta oportunidade para exprimir a grande alegria de o senhor ter conseguido restaurar a ordem normal depois dos recentes incidentes na China Popular. Desejo-lhes, caros amigos, mais progresso em seus esforços para alcançar as esperanças, os objetivos, as aspirações, a estabilidade e a segurança dos nossos amigos, o povo chinês".

Não se pode negar a coerência de Arafat: massacre era com ele mesmo...

* * *

Na próxima sexta, dia 25 de julho, a oitava parte. Como nunca é demais lembrar: as partes de 1 a 6 podem ser encontradas ao se clicar no marcador Livros.