segunda-feira, 21 de julho de 2008

STÁLIN (2): UM POUCO DA CORTE DO CZAR VERMELHO

"Eles estavam cercados pelos outros magnatas bolcheviques, todos endurecidos por anos de clandestinidade, manchados pelo sangue da guerra civil e agora exultantes, ainda que esfalfados, com os triunfos industriais e as batalhas rurais da revolução de Stálin. Alguns, como Stálin, tinham mais de cinqüenta anos. Mas a maioria era composta de fanáticos enérgicos e robustos de trinta e tantos anos, alguns dos administradores mais dinâmicos que o mundo já conhecera, capazes de construir cidades e fábricas contra todas as dificuldades, mas também de matar inimigos e travar uma guerra contra seus próprios camponeses. Vestidos com suas túnicas e botas, eram machistas, beberrões, poderosos e famosos em todo o Império, astros com egos flamenjantes, responsabilidades colossais e Mausers em seus coldres. Lázar Kaganóvitch, o belo e impetuoso sapateiro judeu, secretário-geral do Partido, acabara de voltar do Cáucaso Norte, onde comandara execuções em massa e deportações. Lá estava também o comandante cossaco Budiony, um fanfarrão com luxuriantes bigodes de pontas caídas e admiráveis dentes brancos, e o esbelto, sagaz e ativo armênio Mikoian, ambos veteranos de expedições brutais para conseguiur grãos e esmagar camponeses. Eram políticos com senso teatral, volúveis, violentos e pitorescos."

O livro de S. S. Montefiore começa narrando uma festa onde estavam os principais colaboradores de Stálin, os chamados "magnatas bolcheviques". No trecho acima, aparecem algumas das personagens que pertenciam ao "círculo mágico" de Stálin, sem dúvida um sinal de status soviético. Aos poucos, o autor vai nos apresentando outros membros do regime. E é o que pretendo seguir aqui.

Acrescentei um trecho ao primeiro post desta série: a quem interessar, basta clicar aqui.