
Adiante.
Acompanho sites que discutem religião. Num deles, me impressionou a determinação de um rapaz, judeu, diante do bombardeio cristão. Elegante, diplomático, ele colocava em xeque alguns dogmas católicos, mas nunca duvidou da existência de Jesus. Paulada daqui, paulada dali, presto!, me veio uma luz. Opa! O rapaz afirmava que o Catolicismo era um apanhado de práticas pagãs - o que não deixa de ter lá sua verdade. Mas o judaísmo também é uma colcha de retalhos babilônicos.
Quem diz isso sou eu? Não. São os arqueólogos Israel Finkelstein (Universidade de Tel Aviv) e Neil Asher Silberman (Centro Ename de Arqueologia Pública e Apresentação do Legado Histórico da Bélgica) que escreveram, lá pelo ano de 2001 um livro chamado "A Bíblia não tinha razão". O título dado pela Editora A Girafa é apelativo - ainda que remeta a outra publicação, ou seja, o livro "E a Bíblia tinha razão". Em inglês, o nome é "The Bible unhearted: Archeology's new vision of ancient Israel and the origin of its sacred texts".
Esta série é um apanhado de trechos do livro. Quem quiser rebatê-los, sinta-se à vontade: é só mandar um e-mail.
Lembrando que o copyright do livro é de 2001. Outras descobertas devem ter sido feitas desde então e eu não tomei conhecimento. E repito: são trechos extraídos do livro, exclusivamente.
E o primeiro capítulo desta saga segue aí embaixo:
"Ao contrário de outras mitologias do Oriente Próximo, como os dos contos de Osíris, Ísis e Hórus, no Egito, ou o épico de Gilgamesh, da Mesopotâmia, a Bíblia é solidamente baseada numa história terrena; é um drama divino interpretado diante dos olhos da humanidade. (...) O povo de Israel é o ator central desse drama. Seu comportamento e devoção aos mandamentos de Deus determinam a direção por onde fluirá a história. (...) A Bíblia relata como os 12 filhos de Jacó lutaram entre si, trabalharam juntos e eventualmente deixaram sua terra natal para procurar refúgio no Egito, no tempo da grande fome. E o patriarca Jacó revelou em seus últimos desejos e no testamento que a tribo de seu filho Judá governaria todas as outras."O grifo é meu. Guardem estas palavras. Este é um pequeno aperitivo. E quero ressaltar que aqui não haverá ironias a respeito da fé de ninguém - até porque este não é o tipo de coisa que abale as crenças de quem quer que seja. Fé não se discute. Fé é uma questão pessoal. E muito me espanta a infantilidade de alguns ateus em relação a isso. Mas as pesquisas estão aí, revolvendo o passado. Há que se prestar atenção...