quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A BÍBLIA NÃO TINHA RAZÃO (16): O NASCIMENTO DO MONOTEÍSMO

Antes da cristalização do reino de Judá como Estado plenamente burocrático, as idéias religiosas eram várias e dispersas. Assim, como mencionamos, existia um culto real no Templo de Jerusalém, incontáveis cultos da fertilidade e dos ancestrais na zona rural e ainda uma mistura espalhada de veneração de YHWH com a de outros deuses.

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(...) depois da queda de Samaria, com a centralização crescente do reino de Judá, uma nova atitude, focada na lei e na prática religiosa, começou a tomar força. A influência de Jerusalém - demográfica, econômica e política - era, então, enorme, e estava relacionada com uma nova agenda política e territorial: a unificação completa de Israel.

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mudanças dramáticas na liderança religiosa devem ter instigado estudiosos bíblicos como Baruch Halpern a sugerir que num período de não mais de algumas décadas, no final do século VIII e começo do século VII, nasceu a tradição monoteísta da civilização judaico-cristã.

Trata-se de grande afirmação: ser capaz de indicar o nascimento da moderna consciência religiosa, em particular quando sua escritura fundamental, a Bíblia, estabelece o nascimento do monoteísmo centenas de anos antes.