É um filme triste. Na verdade, conta o começo do fim de uma amizade. Já aconteceu comigo e com você - não necessariamente como acabou a de Julio e Tenoch, os protagonistas do filme. Os que viram o filme podem até pensar: ainda bem!
Tenho sentimentos ambíguos em relação a "E sua mãe também". Me parece um filme da fase de ouro da pronochanchada nacional misturado com aspectos culturais mexicanos: ou seja, pobres passando pra lá e pra cá. Seria, mal comparando, como se filmassem "O bem dotado homem de Itu" numa roda de capoeira. Num determinado trecho, pensei que estivessem passando com o carro velho com o qual os personagens se deslocam pelo México pela estrada Niterói-Manilha.
Os díálogos são bons. Algumas situações são ótimas. As atuações também. Mas fica essa sensação de "déja vu". Parece que o Nuno Leal Maia ou a Matilde Mastrangi vão entrar a qualquer momento.
Julio e Tenoch são dois amigos que só pensam em putaria e fumar maconha - nada muito distante do que podemos encontrar na nossa rua. Possuem até uma confraria, onde um dos lemas diz que "todo torcedor do América é bicha". A eles se junta Luisa, uma espanhola que é casada com o escritor que lhe confessa ter dormido com outra mulher. Os três juntos vão para uma praia (que os moleques inventaram). A rapaziada, movida a testosterona, quer mesmo é trepar com Luisa. Esta, vira e mexe, liga para o marido. Chora e não por que exatamente está arrependida por tê-lo abandonado. Na verdade, está mesmo é se despedindo.
É claro que muitas vezes você se vê retratado ali: qual o moleque dessa idade que não saía por aí, contando vantagem de que passou meio mundo na cara? Aliás, o roteiro, na hora de certas revelações dos rapazes, dá uma "telegrafada".
Pra resumir: gostei do filme, mas não gostei tanto assim. Deu pra entender?