segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O NARIZ, Nikolai Gogol

Pronuncia-se Gógol - o que lembra Google.

O autor demorou para publicar esta novela. A princípio, não queria publicá-la: considerava apenas uma brincadeira. Mas acabou consentindo em fazer vir à luz esta história pra lá de insólita.

Certo dia, um padeiro está fazendo a massa de pão quando descobre lá dentro um... nariz. Enquanto isso, do outro lado da cidade, o inspetor de ensino - cargo muito cobiçado na época - descobre que acordou sem o seu. O que acontece depois é uma sucessão de desencontros e o que menos interessa é a forma como o caso se resolve. Gógol só quis nos mostrar o ridículo da situação e como os personagens se movem neste tabuleiro surreal.

Num dado momento da história, o inspetor encontra com o que acredita ser seu nariz na Catedral da Virgem de Kazan. Mas o nariz não está no rosto de uma outra pessoa. E sim, envergando uma invejável condição de conselheiro do Estado.

Lendo a parte onde o inspetor vai procurar a polícia, temos a sensação de que o personagem vai a uma delegacia brasileira, com o delegado mau humorado, policiais sem paciência - ainda mais quando descobrem que vão ter que investigar o sumiço de um nariz.

Apesar do humor presente no texto, sabemos que Gógol foi um homem atormentado. Morreu aos 42 anos de idade. Agravou o seu estado de saúde a morte de uma amiga muito querida. Dotado de um grande fervor místico, Gogol aumentou jejuns, orações e, depois de uma lenta agonia, morreu no dia 21 de fevereiro de 1852.

Antes de morrer, o escritor pediu ao seu criado para queimar todos os originais de seu romance "Almas mortas". Salvaram-se 5 capítulos.