Eis que passamos pelo dia 11 de setembro. Motivo de orgulho: não assisti um minuto sequer aos “especialistas” da Globo News, que, aliás, já viraram motivo de chacota nas redes sociais.
O 11 de setembro já é uma data simbólica daquelas que todo mundo se lembra onde estava e o que fazia. E também é um dia para se fazer o proselitismo mais estúpido e demonstrar, com todo orgulho e todo amor a ignorância, a burrice e o antiamericanismo mais rastaquera ainda que para isso seja necessário usar equipamentos e sites criados… nos Estados Unidos.
Começo por uma frase publicada no Facebook dizendo que o maior atentado terrorista da História foi o lançamento das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki – eis aí outro uso da efeméride: a disseminação de altas frases de efeito com direito a inúmeros “Curtir” e retuitadas sagazes.
Ora, mudou-se bastante o conceito de terrorismo pelo jeito. Digo que ninguém merece e nada há que justifique um país levar duas bombas atômicas no quengo. Ponto. Mas convém lembrar que Japão e Estados Unidos estavam EM GUERRA. DECLARADA. E que os americanos levaram uma baita bola nas costas dos japas, se é que alguém se lembre de Pearl Harbour.
Basta comparar o seguinte: suponha que numa briga você dê uma porrada pelas costas do Anderson Silva, capaz de derrubar o cara, humilhando-o temporariamente. Ele descobre que foi você o autor da façanha e vai querer dar o troco. Ele te acerta com uma única porrada no queixo e você fica em coma por três meses. Passarinho que come pedra sabe o cu que tem. O caso do Japão foi, mal comparando, assim: um ataque de um país em guerra com o outro. Como vários ataques perpetrados pelos alemães em Londres, na Polônia, no norte da África. Como vários ataques da FEB na Itália. A diferença é que tinham duas bombas atômicas no Enola Gay. Repito que nada justifica. Mas não é terrorismo. Ademais, os americanos não festejam o lançamento das bombas em Hiroshima e Nagasaki. Ademais, os americanos não só reconstruíram o Japão como ajudaram o país oriental a se tornar a segunda maior potência econômica do planeta. Ademais, não vemos japoneses querendo destruir os Estados Unidos.
Em seguida, as pessoas dizendo que poucos se lembram do 11 de setembro chileno, ou seja, o assassinato de Salvador Allende e o golpe de Estado liderado por Pinochet, apoiado por quem? Sim, o eterno Moloch: os Estados Unidos!
Vamos lá.
Em primeiro lugar: Allende se matou. Diga-se de passagem, com um arma que lhe fora dada de presente por Fidel Castro. Triste fim de um homem que queria transformar o Chile na marra numa ditadura do proletariado que, talvez só não tenha vingado pela recusa dos soviéticos em liberarem grana a fundo perdido para o porralouca eugenista.
Em segundo lugar, o Congresso chileno já tinha declarado o governo de Allende ilegal. O cara atropelava sistematicamente a Constituição, o Chile era um caos. Para vocês terem uma ideia, imaginem um país controlado pelo MST, pela CUT, mandando e desmandando em empresas públicas e expropriando outras a seu bel-prazer. Imaginaram? É a visão do inferno! Foi nisso que Allende transformou o Chile. E é claro que os chilenos que não tomam sorvete pela testa não queriam isso. O Chile já tinha instituído as cadernetas de racionamento à Fidel. Que, é claro, só não valiam para a casta sindical que controlava o país. E o que eu quero dizer aqui? Que Pinochet estava certo? Claro que não. Mas repito: passarinho que come pedra sabe o cu que tem. Neguinho provoca, radicaliza e acha que fica tudo por isso mesmo? Se você quer que o circo pegue fogo, não espere que o lado que você está desafiando traga o extintor de incêndio. Na maioria das vezes, eles trazem é a gasolina…
Ah, sim, e os EUA nisso? Neca. O único responsável pelo golpe de Estado no Chile é Salvador Allende, “que deixou o país ingovernável.” (Cf. “Guia politicamente incorreto da América Latina” – livro que usa fontes DE ESQUERDA!!!)
Este ano da graça, 2011, completaram-se 10 anos dos atentados nos Estados Unidos, data redonda. Ao se completarem 40 anos da derrubada de Allende é claro que vão lembrar. Se bobear, ainda vão dizer que era um democrata bonzinho que só queria fazer o bem pelo Chile e que ele foi morto por Pinochet em pessoa. Na Globo News talvez os “especialistas” enfatizem isso, dando rasteiras na História.
Os ataques da Al-Qaeda também mostram como agem os antiamericanos de plantão – que não tinham parentes entre as vítimas. Tenho até a impressão de que acreditam que um mundo sem Bush é melhor do que um mundo com Osama. E pensam que um erro justifica o outro – que não é apenas um erro, mas uma burrice imperdoável.