sexta-feira, 7 de novembro de 2008

STÁLIN (FINAL): BÉRIA, O PRÉ-GORBACHOV


O mingrélio ilegítimo, formado em arquitetura mas temperado na polícia, já sonhava com o governo do Império, uma das superpotências nucleares, e em se tornar um estadista internacional, não mais um simples agente da polícia secreta. Ele sobrevivera contra todas as probabilidades; estava livre do medo. Podia desencadear seu ódio contra Stálin: "Aquele canalha! Aquele sujo! Graças a Deus estamos livres dele!" Podia desmascarar aquele generalíssimo de araque: "Ele não ganhou a guerra!", logo estava dizendo aos seus confidentes. "Nós ganhamos a guerra!" Além disso, "teríamos evitado a guerra!" Ele cunhou a expressão "culto à personalidade" para denunciar Stálin. Ele libertaria as nacionalidades, abriria a economia, libertaria a Alemanha Oriental, esvaziaria os campos de trabalho com uma anistia beneficente e desmascararia o Complô dos Médicos. Não duvidava por um só momento que sua inteligência superior e novas idéias antibolcheviques triunfariam. Até Mólotov percebia que "ele era um homem do futuro". (...) Béria tratou de liberalizar o regime e prendeu os responsáveis pelo Complô dos Médicos, mas sua proposta de liberar a Alemanha Oriental provocou um levante que alarmou os outros magnatas. Khruchióv começou a palnejar a destruição de Béria e conseguiu a adesão de Malenkov e do ministro da Defesa, Bulgánin. (...) A 22 de dezembro, (...) Béria foi condenado à morte por um tribunal político secreto por traição e terrorismo (...) Béria foi deixado apenas com a roupa de baixo, teve as mãos amarradas e presas a um gancho na parede. Implorou desesperadamente pela vida, fazendo tanto barulho que enfiaram uma toalha em sua boca. Seus olhos formaram um volume na venda colocada em seu rosto. Seu executor, o general Batitski, (...) atirou diretamente na testa de Béria. Ele foi cremado.

Triste fim para um torturador, assassino, estuprador que acabou se tornando vítima da própria máquina de moer carne que criara. Não teve a compostura que muitas de suas vítimas tiveram ao enfrentar a morte que impôs a elas.

Tá com pena? Leva as cinzas pra você...