Quando a Argentina foi eliminada, eu tentei fazer uma piada dizendo que los hermanos eram a Fúria, só que com dois títulos mundiais. Com isso, eu queria dizer que, como a Espanha, a Argentina chegava badalada e acabava se dando mal.
Agora isso não é mais verdade. A Espanha e o polvo Paul me foderam. Mas não pensem que estou triste por isso. Acho o futebol ibérico bonito, alegre, elegante, muito embora, às vezes, me passem a impressão de terem nojo de fazer gol. (Um sintoma disso é a frase de Galvão Bueno na decisão de hoje, depois da Espanha perder mais um gol certo: “Ninguém quer ser campeão”.)
Bom, Iniesta deixou seus escrúpulos de lado e acertou a rede – pelo lado de dentro –, consagrando a Espanha como a oitava seleção campeã mundial.
A Copa foi chata? Chatérrima! Começou a pegar fogo mesmo das oitavas pra cá. O título espanhol foi merecido. A Holanda tentou picar o jogo, com extrema dureza, contando com a ajuda do juiz bundão, amarelão que apitou a decisão.
Com o resultado, fica-se com a esperança, ainda que pálida, de mudanças do futebol jogado dentro das quatro linhas (sabemos que as jogadas fora do gramado são incorrigíveis). Devido ao futebol de toque, ofensivo, bonito da Espanha, espero que estejamos assistindo ao enterro definitivo do futebol feio, dos volantes de contenção, dos chutões, dos Felipes Mellos e Dungas sempre prontos a defender sua falta de imaginação com aquele papo torto de “O que adianta jogar bonito e perder?”. A Espanha jogou bonito (menos bonito que na Euro-2008, é claro), mas ganhou.
Bienvenidos, campeones!
Hasta 2014!!!
