sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NADA DURA PARA SEMPRE, MAS ENQUANTO DUROU FOI BOM PRA CARALHO

Não posso precisar o dia, mas me lembro da situação: meu amigo Alex Cavalcanti, hoje âncora do principal jornal da TV Vitória me apresentou um exemplar do Planeta Diário. Eu me acabava de rir com aquilo. Virei fã de comprar o número do mês nas bancas e disse para mim mesmo: “Eu acho que sei fazer isso.” Eu tinha 14 anos. Conheci pessoas, hoje, meus amigos de mais de 20 anos, que também eram fãs do Planeta e que, junto comigo, viriam nascer a “Casseta Popular”. Éramos fãs. Incondicionais. Estávamos lá pelo fim dos anos 80 e criamos um jornalzinho de humor, o Jornal Srm Lei, claramente inspirado pelas nossas publicações preferidas.

Acabamos escrevendo alguns textos pra fanzine da Casseta Popular, que só ia pros assinantes da revista. Estávamos em 1990 ou coisa assim.

Eu tinha tentado o vestibular duas vezes. Na segunda, passei na reclassificação pra Filosofia. Não era o que eu queria e uma daquelas greves de 6 meses, que pelo jeito estão previstas no calendário, me fizeram desistir de vez. Tentei mais um e passei pro que eu queria: Comunicação. Lá, me sentia em casa e todos os meus colegas de turma e alguns fora dela, também, viram que eu não era de brincadeira quando se falava de humor. Uma antiga professora, Liara Avelar, era amiga de turma de Bussunda. Ela falou com um dos meus craques no humor. E ele não só me recebeu como se lembru do tal Jornal Sem Lei, afirmando: “Vocês têm talento!”

Da turma do Jornal Sem Lei, só eu segui em frente. Bussunda ficou com meus textos. Alguns entraram até na revista do grupo – cujo assistente de redação é meu amigo Haroldo Mourão. Uma semana depois de ter conversado com Bussunda, me liga Marcelo Madureira. Ele me convidava pra ser estagiário do site dos cassetas, que se não engatinhava ainda não andava sozinho pelas próprias pernas.

Entrei no site em 1997. Em 1998, o “Casseta & Planeta, Urgente!”, passaria a ser semanal. E fui chamado pra ser um dos redatores. Estou na TV Globo desde então. Sim, graças aos Cassetas. Dentro da emissora, cavei outras vagas, é claro. Meu outro objetivo tinha sido alcançado: o primeiro era trabalhar com os meus ídolos de adolescência. O segundo, era entrar na Globo. Realizei os dois.

Depois de quase 20 anos no ar, o Casseta vai sair do ar. É normal. Qual formato não se desgasta? Isso acontece com qualquer programa. Novos projetos virão. Novos programas virão. Me diverti muito de 92-97 como espectador. E fiz muitos se divertirem também de 98 em diante.

Aos cassetas, meu muito obrigado. Gratidão eterna mesmo. Pela oportunidade profissional e, sobretudo, por tornar minha adolescência muito feliz!