sábado, 12 de março de 2011

CHINA, ESSA DESCONHECIDA…

Encontrei um texto assinado por José Martins, que não conheço, que explica como a China evitou a “sua” Revolução de Jasmim (como é chamada a confusão do Norte da África). Logicamente, os chineses botaram em ação seu aparelho repressivo e mataram no nascedouro qualquer tentativa de colocar em xeque o poder do Partido Comunista.

Um trecho me chamou a atenção:


“Mas o Estado capitalista chinês não tem outra saída: são esses amigos do povo que devem dar uma resposta para as massas que começam a gritar aquelas históricas palavras de ordem como "queremos comida para comer", "queremos emprego", "queremos casas", "queremos justiça", "vida longa à liberdade" e outras coisas fundamentais à sobrevivência da espécie."


A primeira pergunta a se fazer é: ué, ainda gritam palavras de ordem na China? Mas não foi por isso que fizeram a revolução e mataram 70 milhões de pessoas? A revolução não resolveria a questão do emprego, da comida, da justiça e da liberdade?

Outra observação: Martins explica que 70 membros do Congresso do Povo são bilionários e juntos “acumulam uma riqueza de 75.1 bilhões de dólares”.

Ora, a culpa disso não é do Estado capitalista. E sim do “socialismo de mercado” chinês. Tais bilionários o são, basicamente, por causa do regime comunista e não por causa do regime capitalista - que, a bem dizer, nem regime é. Tornaram-se  endinheirados por causa da imensa rede de corrupção que só a falta de transparência, de liberdade de expressão e o sistema de partido único pode oferecer. Não tenho a menor dúvida que, quando a China se redemocratizar, será tomada, como a Rússia, por uma máfia que fez sua fortuna por causa de seus contatos ou por ter pertencido aos quadros do Partido Comunista. É a velha história: comunismo é pros outros - eu quero é grana.

Martins fala que a população da China está reclamando da falta de “terra, pão e liberdade” agora que o país é a segunda economia do planeta. Por que isso não acontece na Alemanha, por exemplo, ele pergunta? Ora, Olavão já tinha dado a resposta num dos seus programas: a China tem 5 ou 6 cidades ricas pra cacete e o resto é miserê total.