Temos 81 (!!!) senadores e podemos chegar a 87 (!!!!!!!!!!). Temos 27 governadores e vice-governadores e podemos chegar a 29. Junte-se a isso mais duas assembleias legislativas com seus respectivos deputados e inevitáveis mordomias (carros oficiais, verbas para combustível, cargos de confiança e maracutaias pra reforçar o orçamento, porque ninguém é de ferro).
Leiam a matéria da Folha.com:
A Câmara aprovou nesta quinta-feira a realização de plebiscitos no Pará para a criação de dois novos Estados, Carajás e Tapajós. Os dois territórios poderão ser desmembrados do Estado do Pará.
No caso de Carajás, será promulgado um decreto legislativo e o plebiscito terá de ser feito no prazo de seis meses. O projeto que prevê um plebiscito sobre a criação de Tapajós ainda voltará para o Senado.
De acordo com o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), já foram reservados no orçamento deste ano R$ 8,6 milhões para a realização dos plebiscitos. A ideia, no entanto, é aguardar a aprovação para Tapajós no Senado e fazer um só plebiscito sobre a criação dos dois novos Estados.
Pelo texto, Carajás ficará no sul e sudeste do Pará e contará com 39 municípios --a maior cidade da região é Marabá. Tapajós ficará a oeste do Estado, com 27 cidades --a maior é Santarém.
Queiroz afirmou que há "dois laboratórios a céu aberto" no país que, segundo ele, comprovam que a divisão territorial poderá trazer mais desenvolvimento à região.
"Tocantins e Mato Grosso do Sul, que foram desmembrados, estão hoje em situação melhor. Tocantins era antes o corredor da miséria goiana", disse.
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) foi um dos poucos críticos do plebiscito para a criação dos dois novos Estados, que foram aprovados na Câmara por votação simbólica.
"A criação de mais Estados não necessariamente fortalece a federação e melhora o atendimento à população. Vai haver uma demanda de aparato administrativo", afirmou.
Lemos no texto acima que Marabá é a maior cidade do possível futuro estado de Carajás. Mas qual! É claro que miséria pouca é bobagem: assim que o estado for implantado, a primeira tarefa é construir a nova “capital da esperança”, assim como aconteceu em Tocantins, para pagar compromissos com empreiteiras e coisa e tal. Novas estruturas de serviço público, nova burocracia, novas empresas. É triste concordar com o Chico Alencar: a “demanda do novo aparato administrativo”, como ele disse, é um eufemismo para “grana do contribuinte”, que, ao contrário do que muitos ainda pensam, não cai do céu.