BRASÍLIA - O cenário não poderia ser mais emblemático: o então presidente da República, ao lado do então governador do estado, fixando sobre o solo um lance de trilhos de aço na divisa de Goiás e Tocantins. Era 21 de setembro de 2010. Faltavam apenas 12 dias para o acirrado primeiro turno das eleições presidenciais. Quem esteve por lá recebeu Luiz Inácio Lula da Silva como o portador da boa notícia: aquele trecho da Ferrovia Norte-Sul, ligando o Maranhão a Goiás, estaria pronto para ser entregue em dezembro. "No dia 20 de dezembro preparem uma grande festa", afirmou Lula em Porangatu (GO).
Entre acenos e sorrisos, Lula foi embora e deixou para trás a realidade: a obra não foi inaugurada em dezembro. Nem em 30 de abril, como foi estabelecido no balanço de quatro anos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nem mesmo será em julho, como se cogitou mais tarde. A Valec, empresa estatal ligada ao Ministério dos Transportes e responsável pelo empreendimento, hoje, limita-se a informar que os trens finalmente correrão sobre os trilhos em algum momento no "segundo semestre" deste ano.
O Globo mostra a estarrecedora lista de obras que Lula, no afá de eleger seu poste de estimação, prometeu entregar e “esqueceu”. Seu governo foi a maior fraude da História recente da República. Contou, é claro, com a cumplicidade da imprensa que não queria um estadista e sim um mito pra cultuar. O resultado está aí: volta da inflação, equipe econômica batendo cabeça porque não tem um Pedro Malan pra resolver os problemas, importação de etanol, e uma série de obras inacabadas, emPACadas, com dinheiro jogado pelo ralo. Isto é Lula. Isto é PT, o partido que disse que ia acabar com tudo isso…