Uma das coisas que fizeram com que eu começasse a me irritar com Lula foi o pouco caso do Çábio de Garanhuns com a educação. Aquela balela de que ele “chegou lá” sem a necessidade de um diploma foi um dos maiores desserviços de um homem público a um país. O esforço que famílias inteiras fazem para colocar seus filhos na escola, de repente, eram ridicularizados por ninguém menos que o presidente da República: agora basta ser torneiro mecânico, virar presidente de sindicato e presto! Alcança-se a suprema magistratura do país!
Lula viveu 30 anos às expensas do sindicato e do partido. Teve tempo suficiente para estudar, mas preferiu gastá-lo sabotando outros presidentes. Lembrei de tudo isso ao ler ontem “As mil e uma noites”. Vi um trecho que me chamou a atenção. Diz um humilde carregador:
“Apesar de a sorte não ter-me concedido bens suficientes para me elevar a uma profissão superior à minha, não deixei de cultivar meu espírito tanto quanto pude, pela leitura de livros de ciência e história (…)”
“Cultivar o espírito”. Eis aí a chave do texto. Mesmo em condições adversas e sem a menor perspectiva de subir na vida, o carregador fez questão de estudar, de não ser um bocó que as pessoas só ouvem por causa de seu poder. Alguns podem dizer que Lula preferiu ser “autêntico”. Posso até concordar: um autêntico jerico.