domingo, 13 de abril de 2008

PAC E FORÇA NACIONAL: PIROTECNIAS

No caminho da escola do meu filho passo sempre pelas favelas do Complexo do Alemão. Nas ruas, vemos as barricadas da Força Nacional de Segurança. Eu tentei acreditar que ela diminuiria o ímpeto dos traficantes do Comando Vermelho, que controla o tráfico no local, mas me enganei. Como não tenho vocação para Velhinha de Taubaté (convenientemente "morta" pelo seu criador, Luis Fernando Verissimo), deixei de acreditar na sua eficiência e passei a encará-la como o que realmente é: pirotecnia do Governo Federal. Mais uma.

As tropas ficam nas ruas que dão acesso ao Morro da Grota. Ao passar pela Estrada do Itararé, vemos os sacos de areia que protegem os soldados federais. Não raro, os integrantes da Força param veículos, saem em disparada, às vezes em comboio com luzes piscando nos carros brilhosos. Pura encenação. Em frente à Favela da Grota fica o Morro da Baiana. Era controlada pelo Terceiro Comando. Não é mais: o pessoal do Comando Vermelho TOMOU o Morro da Baiana nas barbas da Força de Segurança. E não tomou depois de acordo diplomático, não. Foi na base do fogo. Da bala. A Força assistiu a tudo no seu cantinho. Talvez para não atrapalhar a disputa, né?

Segurança, segurança mesmo nós percebemos no dia do lançamento das obras do PAC, que algumas pessoas já batizaram de Programa de Aumento da Cocaína. Ou Programa de Aceleração do Comando. Vermelho, claro. Neste dia, as ruas principais e algumas transversais foram simplesmente bloqueadas causando um nó infernal no trânsito. Nada contra a segurança de um presidente da República. O que muitos ficaram espantados foi com o exagero da situação. Um aparato de segurança stalinista, pra dizer o mínimo. Acesso, apenas aos pobres de crachá.