Reportagem da Revista Época mostra a boa vida de Ataíde Francisco de Morais, que de morador de um pequeno sobrado em Osasco (SP), acabou virando um empresário de sucesso com direito a explorar uma pousada na bela praia de Aquiraz, no Ceará, avaliada em 1,5 milhão de reais, que você pode ver na foto aí em cima . Eu disse empresário? É, um empresário singular que montou o seu capital com o dinheiro do imposto sindical, aquela estrovenga que nós somos obrigados a pagar para gente bancar a boa vida de gente como ele.
Especializado em criar sindicatos em cujas presidências maloca os parentes, Ataíde diz representar os trabalhadores das empresas de fast-food e refeições industriais, que, como sói, nunca o viram mais gordo. Ver mesmo, os trabalhadores sô vêem o desconto no contracheque.
Um trecho da reportagem:
Histórias de sindicalistas que enriqueceram não são novas no Brasil. O surpreendente nesse caso é a extensão do patrimônio, maior que outros casos já noticiados. Esses exemplos servem de argumento para reforçar a necessidade de uma profunda reforma sindical. Segundo os críticos, o modelo atual, formulado nos anos 40, no governo Getúlio Vargas, favorece a criação de sindicatos cartoriais, entidades que fazem nada ou quase nada pela categoria, mas sobrevivem do imposto sindical, a taxa compulsória cobrada de todos os trabalhadores registrados.
Há duas semanas, esse assunto voltou à pauta com a entrada em vigor da lei que regulamentou a participação das centrais sindicais no rateio do imposto sindical. Ao sancioná-la, o presidente Lula – ele mesmo um ex-sindicalista que montou um governo com a presença maciça de colegas do meio sindical – vetou uma regra que permitiria a fiscalização da aplicação do imposto sindical por parte do Tribunal de Contas da União (TCU).
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Festejado na semana passada num coquetel no Congresso Nacional que reuniu sindicalistas e autoridades do governo, o veto de Lula impede uma averiguação mais profunda do caso Ataide.
Do caso Ataíde e de muitos outros.
Bom, a classe operária não foi ao paraíso. Mas Ataíde e sua família foram. De Mitsubichi.
A reportagem completa aqui.