sexta-feira, 4 de julho de 2008

EM DEFESA DE ISRAEL, de Alan Dershowitz (Parte 5 de 12)

AS BRAVATAS SOBRE AS ARMAS NUCLEARES

Nelson Mandela, líder sul-africano, também é daquelas pessoas que às vezes gostam de atravessar a rua só pra escorregar na casca de banana que viram do outro lado da calçada. Ouriçado, como qualquer um que gosta de meter seus pitacos só por meter, lançou esta bravatinha:

"Mas o que sabemos é que Israel tem armas de destruição em massa. Ninguém fala sobre isso.

Por que deveria ter um padrão para um país, especialmente por que é negro, e um diferente para outro país, Israel, por que é branco?"

Posso ouvir daqui os aplausos inflamados de gente como Emir Sader, apoiando a declaração de Mandela, que apelou mais uma vez ao coitadismo de resultados, típico de gente que não gosta de pensar um pouquinho antes de falar - tal e qual um certo presidente da República que eu conheço.

Mandela deveria saber que há uma diferença entre as armas nucleares de Israel e dos países arábes, para ficarmos neste exemplo:

"Israel tem armas nucleares desde os anos 1960. Jamais as usou, mesmo na guerra do Yom Kippur. Já se falou da capacidade nuclear de Israel que, provavelmente, jamais será usada porque só poderia ser usada cedo ou tarde demais: se Israel alguma vez utilizasse armas nucleares para prevenir um desastre, seria condenado universalmente. Se esperasse para usá-las depois do desastre, seria tarde demais. O arsenal nuclear de Israel é a última dissuasão contra um regime radical que poderia querer produzir Armagedon (que, literalmente, é uma pequena aldeia em Israel chamada Meggido). O perigo é que pode haver alguns líderes radicais islâmicos, mais voltados para o próximo mundo do que para este, que poderão não ser dissuadidos pela perspectiva de uma mútua devastação nuclear."

Dershowitz, é bom dizer, escreveu este livro antes da ascenção ao poder de Ahmadinejad, o porra-louca que é presidente do Irã e que vive dizendo que Israel não tem o direito de existir, que o Holocausto é cascata entre outras coisas dignas de camisa-de-força.

O TERRORISMO COMO FORMA DE PROPAGANDA

"Entre 1968 e 1990 os terroristas palestinos assassinaram milhares de civis inocentes, inclusive viajantes internacionais, judeus em oração em sinagogas no coração da Europa, atletas olímpicos, crianças de jardim-da-infância, diplomatas e peregrinos criatãos. Explodiram aviões, colocaram bombas em shopping centers, atiraram granadas de mão sobre crianças, enviaram cartas-bomba a pessoas do mundo dos negócios e seqüestraram um navio de cruzeiro, atirando até mesmo um passageiro deficiente físico ao mar. Apesar de todas essas ações constituírem crimes de guerra e violações da lei internacional, a comunidade internacional - e especialmente a ONU - tem repetidamente recompensado o terrorismo palestino dando à OLP um reconhecimento muito maior do que aquele dado a outros grupos sem Estado que não recorreram ao terrorismo global."

No começo era a OLP, do vigarista Yasser Arafat. Depois veio o Hamas, que é pior que a OLP. Os estatutos do Hamas culpam os judeus pelas revoluções francesa e russa, pelas duas guerras mundiais, pela criação da ONU (!!!) e pelo andar da carruagem foram os judeus que colocaram Paolo Rossi lá no Estádio Sarriá em 1982.

O terrorismo como forma de propaganda foi eficaz. Os organismos internacionais começaram a abrir as pernas para os valentões a tal ponto que mesmo vencedor em todas as guerras, foi Israel que precisou fazer concessões em busca da paz.

"Tratar os palestinos como parceiros iguais de negociação implica o risco de enviar uma mensagem errada sobre a guerra agressiva. Os palestinos deveriam ser tratados como agressores que perderam. Deveriam ser tratados com honestidade, mas sem reivindicações morais sobre uma parceria em igualdade de condições no processo de negociação. Desentendimentos sobre segurança deveriam ser resolvidos desfavorecendo aqueles que começaram as guerras e favorecendo aqueles que se defenderam, com sucesso, contra a agressão. Disputas sobre o controle dos lugares sagrados também deveriam ser resolvidas desfavorecendo aqueles que se apoderaram desses lugares, como os árabes fizeram em 1948, negando acesso àqueles de quem as áreas foram tomadas. Os agressores deveriam ser obrigados a absorver os refugiados criados pela sua agressão."

Sobre os refugiados falarei em outro capítulo.

"Se os palestinos conseguirem tudo o que têm procurado nessa trilha [de violência] será apenas uma questão de tempo antes de outras nações e povos que se julguem lesados perseguirem a guerra agressiva e o terrorismo como primeira opção. O mundo será um lugar muito mais violento e perigoso se essa for a lição das negociações entre israelenses e palestinos. Thomas Friedman, do New York Times, advertiu que se o terrorismo for recompensado no Oriente Médio 'acabará chengando perto de você'".

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Na próxima sexta, 11 de julho, o Capítulo 6 deste resumão.

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