sexta-feira, 15 de agosto de 2008

EM DEFESA DE ISRAEL, de Alan Dershowitz (Parte 11 de 12)

AS TENTATIVAS DE BOICOTE AOS INTELECTUAIS ISRAELENSES

Diz Noam Chomsky:

"Nós, abaixo assinados... solicitamos ao MIT e à Harvard que abandonem Israel."

Simples assim, o culpado já está definido. Noam Chomsky é partidário da criação de um Estado secular binacional. O fato das duas tentativas mais significantes terem dado errado (Líbano e Iugoslávia) e terminado num sangrento fratricídio não parece abalá-lo. Para Chomsky, a teoria parece ser mais importante do que a experiência. E não raro isso acaba em banhos de sangue.

Chomsky é um dos líderes da campanha de boicote ao Estado de Israel. O fato de ter defendido as idéias de Robert Faurisson também não devem lhe causar nenhum rubor. Faurrisson é anti-semita, afirma que os judeus foram os responsáveis pela Segunda Guerra Mundial, nega o Holocausto e acredita que nenhum judeu foi morto nas câmaras de gás. Como se vê, Ahmadinejad não está sozinho em relação a isso. Chomsky também não:

"(...) tem companhia na sua ignóbil petição [de boicote à Israel] de alguns que tomariam o dinheiro agora investido na única democracia do Oriente Médio e o enviariam à Líbia, à Síria, a Cuba, à Autoridade Palestina e a outros que apóiam e financiam o terrorismo. São um grupo heterogêneo de anti-sionistas bitolados, antiamericanos fanáticos, esquerdistas radicais como a Spartacus League (que também defende o 'direito' da Coréia do Norte de desenvolver e vender armas nucleares), e mesmo alguns dos antigos alunos de Chomsky que hoje lecionam em Israel."

A petição de alijamento de Israel conta com a boa e velha arma da guerra de desinformação. E exige que:

a) Israel cumpra com a Resolução 242 da ONU;

b) com o relatório de 2001 da ONU do Comitê contra a tortura;

c) com a Quarta Convenção de Genebra e

d) com a Resolução 194 da ONU com respeito aos direitos dos refugiados.

Bacana essa coisa de professores de Harvard e do MIT exigirem isso. Muito legal mesmo. Só que os professores precisam estudar mais, ler mais. Faz bem, né? Na época da petição, Israel já tinha cumprido quase tudo e se oferecido para cumprir o resto.

O VERDADEIRO OPRIMIDO

"Visto pela perspectiva global, Israel, como a única nação judaica do mundo, é claramente o oprimido. Os palestinos têm o amplo apoio de um bilhão de muçulmanos. Acrescente-se a isso a ONU, a Comunidade Européia, o terceiro mundo, o Vaticano, muitos intelectuais influentes, a esquerda internacional, a extrema direita e muitas Igrejas protestantes. Os palestinos têm muito mais apoio do que os tibetanos, curdos, armênios e tchetchenos e outros verdadeiros oprimidos. Além disso, as nações que estão oprimindo esses outros grupos - China, Turquia e Rússia - são muito mais poderosas que o pequeno Israel com uma população de aproximadamente 5,37 milhões de judeus e 1,26 milhão de árabes. Esses outros 'oprimidos' recebem pouco apoio daqueles que patrocinam os palestinos.

Israel é oprimido também de um outro modo, até mais perigoso. Não pode suportar perder uma única guerra sem expor a sua população ao genocídio e a sua nacionalidade ao politicídio. As guerras travadas contra Israel são guerras de extermínio que visam suas cidades e centros populacionais. Seus inimigos procuram a sua total destruição."

É um país com ampla diversidade étnica (ao contrário do que muitos pensam, não é uma nação "branca"), um país que a duras penas conseguiu dar uma boa vida não só aos israelenses, mas aos árabes que vivem dentro de suas fronteiras (e que não querem nem ouvir falar de viver num Estado palestino), um país que melhorou índices de renda, saúde, longevidade para todos os seus habitantes (inclusive árabes), um país com ampla liberdade de expressão, religiosa e até de orientação sexual (é bom lembrar que lá existe um grupo chamado "Gays pela Palestina", e seria um bom teste de tolerância saber o que aconteceria aos militantes deste movimento se eles resolvessem estender faixas diante dos democratas do Hamas, do Fattah e do Hezbollah...).

Mas por que então esta animosidade contra Israel, se lá é tão bom?

1. Boas pessoas favorecem os oprimidos e os palestinos sem Estado (Estado que nunca quiseram anteriormente) são os oprimidos na sua luta contra a ocupação de suas terras pelo "poderoso" Estado de Israel.

2. Os palestinos são não-brancos. E os israelenses são os brancos europeus.

3. Israel é um instrumento imperialista dos Estados Unidos. Os palestinos são um povo de Terceiro Mundo.

4. As pessoas esperam mais boa vontade dos judeus do que dos árabes.

5. As pessoas decentes sabem que não podem influenciar o comportamento árabe, mas esperam influenciar o comportamento de Israel.

Todos os argumentos acima, que prentendem justificar a oposição ao Estado de Israel são facilmente falsos, como já vimos. E são bem racistas...

Até a ONU embarcou nessa. Sua Assembléia-Geral declarou o sionismo como uma espécie de racismo. Sua conferência sobre mulheres realizada em 1975, na Cidade do México, e em 1980, em Copenhague, dedicou mais tempo a condenar o sionismo do que o sexismo. A Conferência da ONU sobre racismo em Durban (África do Sul), acabou se tornando uma conferência racista contra os judeus, segundo as palavras de Irwin Coller, membro do Parlamento canadense. A Organização Mundial de Saúde, sem dar uma única e escassa prova, condenou Israel pelos baixos serviços médicos na Margem Ocidental (apesar do aumento da expectativa de vida e da diminuição da mortalidade infantil). A propósito:

"Uma equipe médica foi então enviada para investigar. A equipe era composta por médicos da Romênia, Indonésia e do Senegal concluiu que 'a assistência médica nos territórios árabes ocupados por Israel tem se mostrado lenta, mas contínua melhoria nos nove anos desde a guerra de 1967'. Quando esse relatório favorável foi recebido, a Organização Mundial da Saúde apresentou 65 votos contra 18, com 14 abstenções, para não aceitá-lo por não estar de acordo com sua agenda política."

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Na próxima sexta, dia 22 de agosto, a última parte do resumão do livro "Em defesa de Israel".