sábado, 16 de agosto de 2008

STÁLIN (6): A ASCENSÃO AO PODER



"Somente Lênin podia ver que Stálin estava emergindo como seu mais provável sucessor e então ditou secretamente um testamento em que exigia sua demissão. Em 21 de janeiro de 1924, ele sucumbiu a um infarto fatal. Contra a sua vontade e a da família, Stálin orquestrou uma verdadeira deificação do lídere seu embalsamamento como um santo ortodoxo em um mausoléu na Praça Vermelha. Stálin comandou a ortodoxia sagrada de seu herói morto para construir o próprio poder.

Em 1924, um observador externo esperaria que Trotski sucedesse a Lênin, mas, na oligarquia bolchevique, a fama cintilante contava contra o cintilante comissário de Guerra. O ódio entre Stálin e Trotski não se baseaca apenas em personalidade e estilo, mas também em diretrizes políticas. Stálin já usara o patrocínio do Secretariado para promover seus aliados Mólotov, Vorochílov e Sergo; ele também oferecia uma alternativa estimulante e realista à insistência de Trotski na revolução européia: 'socialismo em um só país'. Os outros membros do Politburo, liderados por Grigori Zinóviev e Kámenev, os mais próximos de Lênin, também estavam aterrorizados com Trotski, que unira todos contra si. Assim, em 1924, quando o testamento de Lênin foi aberto, Kámenev propôs que Stálin permanecesse como secretário, não se dando conta de que não haveria outra chance de removê-lo nos próximos trinta anos. Trotski, o manda-chuva da Revolução, foi derrotado com facilidade e rapidez surpreeendentes. Depois de demitir Trotski de sua base de poder do Comissariado de Guerra, Zinóviev e Kámenev descobriram tarde demais que a verdadeira ameaça era seu companheiro de triunvirato."