terça-feira, 19 de agosto de 2008

TEM QUE HEZBOLLAH

Você deve ter assistido ao Jornal Nacional ontem. Então ficou sabendo que os oprimidos do Hezbollah seqüestraram o repórter da Globo, Marcos Losekan e o cinegrafista Paulo Pimentel. Os terroristas gente-boa (quem pensa assim é o pessoal da esquerda) mantiveram a equipe como reféns por 5 horas.

Diz Losekan:
- Cinco horas depois, fomos liberados com a ordem de voltar a Londres no primeiro avião.
É isso aí. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Mas o que me chamou a atenção foi este trecho da reportagem:
O Consulado do Brasil em Beirute apresentou uma queixa formal contra os abusos sofridos pela equipe da Rede Globo. O governo libanês admitiu que, contra o Hezbollah, pouco ou nada pode fazer.
E por que isso me chamou a atenção? Porque aqui no Rio isso não está muito longe de acontecer. Nas favelas, existe a "lei do tráfico", onde o estado brasileiro e Constituição brasileira, essas bobagens, simplesmente não existem. Já não se pode entrar lá sem a autorização do suserano local. Já, já terão moeda própria.

Qualquer dia desses, um repórter estrangeiro pode ser seqüestrado pelos "injustiçados pela sociedade insensível e capitalista" e, se der a sorte de não ser levado para o microondas e morrer tostadinho (os oprimidos são legais, mas às vezes perdem um pouco a paciência...), vai ser expulso do Brasil com a ordem clara de se pirulitar do Rio o quanto antes. É lógico que ele vai obedecer. Isso, claro, se o correspondente não errar o caminho e parar em outra favela... E ficar por lá mesmo, if you know...

Aí, só restará ao consulado fazer uma reclamação formal ao governo do Estado ou Federal e a nossa resposta será praticamente libanesa:
- Pouco ou nada podemos fazer. Os caras mandam mesmo.
Mas com um conselho cheio de balacobaco, ziriguidum e telecoteco:
- Da próxima vez, peça pro repórter fazer uma reportagem sobre a verde-e-rosa ou a torcida do Flamengo.