sábado, 6 de dezembro de 2008

NOVELA

Se tem uma coisa que Titio Persegonha nunca teve dúvidas na vida foi em relação à carreira que queria seguir. Sempre quis trabalhar com TV, escrevendo roteiros. Consegui. Desde os meus tenros 12, 13 anos eu via aquela telinha - Telefunken - eu dizia: "Quero fazer isso!"

É claro que estudei. É claro que sempre me interessei pelo assunto. Sei nomes de novelas e seus autores que muitos nem sequer se lembram - e isso, claro, só é importante para mim. Afinal de contas, o que vai mudar na sua vida se te perguntarem quem escreveu "Vejo a lua no céu"? Nada. Nem na minha - mas o que posso fazer se minha memória para isso é, desculpem, invejável.

Foi estudando o assunto que cheguei à novela "Antonio Maria". Não, eu não era nascido. Minha mãe, minha avó, minha tia, todas elas viram. E eu ficava curioso: não peguei a época das novelas-de-várzea. Foi um estrondoso sucesso numa TV Tupi que, para variar, ia mal das pernas - numa época em que a Globo ensaiava seus passos rumo à liderança.

No vídeo abaixo, o diretor da novela explica como recebeu o convite para escrever a novela. Escrever e dirigir - meu Deus, como se consegue? A forma como ele conseguiu escalar o elenco cuja única estrela era Sérgio Cardoso é digna de nota e de que se preste atenção: Vietri era um caçador de talentos nato.



Sucesso conquistado, liderança na audiência, a novela acabou e a Tupi, anos depois, foi à breca. Não, nada de botar a culpa no "monopólio" da Globo. A Tupi quebrou porque mal administrada. Como todas as empresas de Assis Chateaubriand. Fui estagiário num projeto de minissérie sobre a vida do empresário e vi como ele fazia com a grana de suas empresas... Era algo terrivelmente amador. Durou muito.

"Antonio Maria" teve um remake dirigido pelo próprio Geraldo Vietri na TV Manchete. Vi os primeiros capítulos, mas a trama se perdeu do meio pro final - sim, eu já era cri-cri com isso desde os 15 anos. Foi a primeira novela da TV Manchete e com um ator português no elenco fazendo o papel-título.

Abaixo, o tema de abertura da segunda versão, "Dança da Lua", por Eugénia Melo e Castro e Ney Matogrosso.