sábado, 3 de janeiro de 2009

ANO NOVO, LEITURAS NOVAS

Não, não vou cair na asneira de fazer lista de livros para ler. Isso é furada e eu quase sempre descumpro. Quero dizer apenas que já estou relendo "Dom Casmurro". Acho que é a terceira vez que me debruço (ops!) sobre a obra do Velho Macha e devo dizer que cada vez é uma sensação diferente. Acho que deveríamos lê-la a cada dez anos.

Outra obra é o "Livro do Desassosego". Este vou ler mais devagar, devo acabá-lo lá por maio. Sim, quando digo devagar é devagar mesmo.

E já na fila, "Divisões perigosas", que fala sobre como estamos caminhando para um Brasil sem brasileiros e como daremos de cara no muro que separará brasileiros "negros" e brasileiros "brancos".

No final do ano passado, li ainda um livro da Confraria dos Bibliófilos do Brasil, da qual sou orgulhoso membro. Estou falando de "O cobrador e outros contos de Rubem Fonseca". Por que alguns personagens de Rubem Fonseca são tão cruéis com grã-finos? Cruéis mesmo, a ponto de fuzilar o primeiro que aparecer pela frente?! De bom em relação a isso é o fato de que Fonseca nunca se deparou com nenhum de seus personagens exagerados, pois calhava de lembrar chumbo grosso nos cornos. Ou vocês acham que o escritor mora em Bangu, dorme sobre um catre imundo e toma café requentado com pão duro todas as manhãs? Pior que isso só aqueles personagens de Fonseca que parecem que engoliram a Biblioteca de Alexandria, a Enciclopédia Britânica e a Barsa! São tão artificiais que dá vontade de fechar o livro no meio!

Salva-se o conto "O Balão Fantasma", onde os diálogos são reais, o casalzinho parece vivo. Aliás, na próxima encarnação, quero ser personagem do escritor: assim como em filmes pornôs eles não conhecem o mínimo obstáculo para levar quem quer que seja para a cama. Todos, todos sem exceção, são garanhões natos e hereditários. Isso, claro, quando não são estupradores.

Bom, sei que estou começando o Ano Literário da Graça de 2009. Falarei mais disso por aqui.

Aguardem. Ou não.