Leio "História das ruas do Rio", de Brasil Gerson, publicado pela Lacerda Editores. É a edição definitiva da obra, do ano 2000, até porque o autor já morreu. Traz histórias trágicas e saborosas das ruas da cidade, desde a sua fundação até parte de nossa época.
Em suas linhas, vemos oque é a liberdade de expressão ser respeitada de fato pelo Imperador Dom Pedro II que passava com seu séquito pela rua de São Pedro, exclusiva do então Supremo Cospe Grosso da Nação em direção ao Paço, vindo da Quinta da Boa Vista, não raro lendo um exemplar de um jornal chamado... "A República", que, segundo o barbudão, tinha críticas injustas, mas sugestões interessantes. Era uma época em que governantes não tinham azia ao ler jornal.
Havia também o Beco do Calabouço onde o então vice-rei mandou construir uma casa para que escravos faltosos fossem castigados dentro dos "limites da lei", posto que os senhores exageravam nos açoites.
A falta de educação dos motoristas do Rio não é coisa de hoje. Aqui, incluo, claro, os motoristas de ônibus e táxis, que devem carregar ainda a total falta de respeito às regras das ruas de seus ancestrais do século XIX:
Muitos desses cocheiros eram uns autênticos valentões, contumazes compradores de brigas. Cobravam pela corrida mais do que era justo. Quando o passageiro era de fora e matuto, enganavam-no de todas as maneiras. Abusavam do excesso de velocidade, atropelando os transeuntes desprevenidos, ou sujando-os de caso pensado com verdadeiros banhos de lama nas ruas mal calçadas.
Aí apareceu o chefe de polícia Sampaio Ferraz, que reprimiu esses maus hábitos. Deve ter sido um dos primeiros choques de ordem da cidade.
Vou falando agora aos poucos dos livros que estou lendo. É bem melhor. No final, faço um documento único e quem quiser pode ler tudo de uma vez só.