terça-feira, 21 de abril de 2009

MST, JORNALISTAS, BANDIDOS E O BLÁ-BLÁ-BLÁ SOCIOLÓGICO DE SEMPRE

Sei que já contei a história aqui, mas conto de novo porque serve para os propósitos deste post: pouco antes da invasão do Iraque, o sociólogo Ignacio Cano, que pertence a um desses zilhões de centros de estudos da violência, disse que se os americanos invadissem o Iraque, ele serviria de escudo humano. Quando viu que o bicho ia pegar mesmo resolveu voltar pro Brasil, lembrou que tinha um compromisso importante como, sei lá, levar a avó na musculação ou a lagartixa de estimação no veterinário.

Já que lá no Iraque não deu, o sociólogo poderia aproveitar a deixa e substituir alguns jornalistas toda vez que algum se tornar refém do MST. Se não puder ir, que mande outro cientista social, desses que sempre têm opinião sobre como acabar com a violência sempre pensando antes, claro, em desarmar a população.

Ignacio que deu o cano nos iraquianos (desculpem o trocadilho, é horroroso - mas não resisti), poderia fazer com que seu Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro visse a tal de violência de perto.

E por falar em violência, ele voltou à cena: Rubem Cézar Fernandes, o eterno diretor do Viva Rio, andava meio sumidão, apagado, ninguém ligava pra ele, tava escanteado. Mas eis que mataram uma moça chamada Leslie Lima da Vitória e se lembraram que Rubem estava por aí, dando sopa, sem dar declaração nenhuma. Como a vítima, que estava grávida de seis meses, não reagiu e tomou dois tiros na cabeça (salvou-se o bebê), resolveram entrevistá-lo para que ele desse mais uma vez uma palhinha de sua sapiência. Diz O Globo (20/4):

O antropólogo Rubem César Fernandes, do Instituto Viva Rio, acha que o grande desafio da política de segurança hoje é impedir a banalização do uso de armas.

Tem que avisar pro sociólogo que as vítimas estavam desarmadas. Tem-se que impedir a banalização do uso de armas pelos bandidos, que é o que qualquer país decente trataria de fazer, além, é claro, de colocar todo mundo no xilindró, sem essa palhaçada de tirar o cara da cadeia depois de cinco anos.

Ignacio Cano e Rubem Cezar poderiam servir de escudos humanos toda vez que alguém fosse ser assaltado ou alguma fazenda fosse ser invadida.

E mais uma pergunta que não quer calar, para desespero dos humanistas: algum representante de ONG dessas de Direitos Humanos foi ao velório de Leslie?