quinta-feira, 3 de setembro de 2009

ZABRISKIE POINT, de Michelangelo Antonioni

E eis que Mark se levanta numa daquelas reuniões intermináveis de grupelhos de esquerda e diz: "Estou preparado para morrer... mas não de tédio." E deixa a todos boquiabertos. É assim que começa "Zabriskie Point", a grande chance que Antonioni devia estar esperando para criticar o consumismo na casa dos alemão, quer dizer, dos americanos.

Suruba alucinógena entre um maluco que não dá um tapa na marofa e uma filhinha de papai que quer ser livre. Nada contra. Cada um no seu quadrado.

Gostaria de aprender, de uma hora pra outra, como se pilota um avião como faz Mark. Até então, no filme, não há uma única fala que informe suas habilidades em relação às aeronaves.

Filme dos anos 70, típicos, com invasões da polícias às universidades para dar porrada em pacifistas bonzinhos que se defendem como podem atrás de barricadas. Muito parecido com o que acontece na Fefeléchi quando seus "remelentos & mafaldinhas" (by Reinaldo Azevedo) resolvem ocupar reitorias e afins para reivindicar... reinvindicar o quê mesmo? Nos anos 70 ainda poderia haver um motivo, mas hoje, creio, os "estudantes" vão fazer greve para não "morrer de tédio". Ainda bem que não roubam aviões.

Não se vê uma riponga feminista com suvaco cabeludo. É um bom sinal. O bônus é a presença de Daria Halprin, preenchendo com sua luminosidade o vazio do deserto...

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Daria Halprin nos anos 70. Olhos para guardar...

PS - O ator, Mark Frechette, par de Daria no filme, era porra-louca mesmo. Foi condenado a 15 anos de xilindró (onde morreu) por ter participado de um assalto.