Quando o presidente Luiz Inácio da Silva ordena que seus correligionários criem "fatos políticos" capazes de inverter a tendência do eleitorado de São Paulo em prol do tucano Geraldo Alckmin para favorecer o petista Aloizio Mercadante, é o caso de se pôr um pé atrás.
A penúltima tentativa oriunda do PT de criar um "fato" para tentar influir na direção da preferência dos eleitores foi em 2006. Um grupo de petistas foi pego pela Polícia Federal em um hotel de São Paulo quando se preparava para comprar um dossiê para ser usado contra o então candidato ao governo do Estado, José Serra. A última, ainda em execução, a bem-sucedida - não obstante feita ao arrepio da lei - estratégia do presidente Lula de usar a máquina pública durante dois anos para construir uma representação eleitoral que pudesse ocupar o seu lugar no interregno entre mandatos.
Portanto, quando se fala em "fato" convém ouvir com reservas, pois talvez esteja em andamento um truque. Conjeturava a respeito quando Leandro Colon e Rui Nogueira soltam ontem à tarde a nova no estadão.com.br: investigação da Receita Federal revela que além de Eduardo Jorge Caldas, mais três pessoas ligadas ao PSDB tiveram seus sigilos fiscais violados. No mesmo dia, hora, computador e mediante o uso da mesma senha.
Eduardo Jorge é vice-presidente do PSDB. Os outros são Luiz Carlos Mendonça de Barros, ministro das Comunicações que sucedeu a Sérgio Motta no governo Fernando Henrique; Gregório Preciado, empresário casado com uma prima de José Serra; Ricardo Sérgio de Oliveira, diretor do Banco do Brasil no governo FH.
Já se localizaram as funcionárias donas da senha e do computador que acionaram as informações das declarações de renda dos quatro tucanos. Ambas negam envolvimento. Faz parte. Parte dessas informações, aquela relativa a Eduardo Jorge, foi parar nas mãos do grupo de "inteligência" do PT e de lá na redação do jornal Folha de S. Paulo, que divulgou a história.
Texto completo sobre os novos aloprados (até quando essa gente vai ameaçar a democracia, Pai Eterno?), aqui.