Toda vez que algum escritor é laureado com o Prêmio Nobel de Literatura dou uma olhada na justificativa da Academia Sueca para a escolha do vencedor. O de 2010, como sabemos, foi Mario Vargas Llosa. Eis o motivo para o prêmio ter sido conferido ao peruano:
"por sua cartografia das estruturas de poder e de imagens, e sua mordaz resistência, revolta e derrota do indivíduo"
Isso poderia ser a justificativa para uns 30 vencedores e me cheira a blá-blá-blá. Empolação de acadêmico.
Mas nem sempre foi assim. Houve uma justificativa simples quando o prêmio foi outorgado a Knut Hamsun:
"por seu trabalho monumental, Os Frutos da Terra."
Simples e direto.
Agora, vamos a um exemplo negativo. Quando o Nobel foi parar nas mãos de Elfriede Jalinek (o que causou um reboliço dentro da comissão), eis o que disse a Academia:
"pelo seu fluxo musical de vozes e contra-vozes em novelas e peças que com extraordinário zelo linguístico revelam o absurdo dos clichés/clichês da sociedade e o seu poder subjugante"
Hã? Pra quem já leu Dona Jalinek (não é o meu caso) esse papo de “vozes e contra-vozes” é bobagem. Ela gosta mesmo é de putaria. Por que o sueco que anuncia o prêmio não mandou logo:
“O Prêmio Nobel de Literatura vai pra Elfriede Jalinek porque… porque eu tô comendo…”?
Vamos a outros exemplos:
Doris Lessing:
“… porque ela tá velhinha, tem muita gente aqui na Academia que gosta dela e não queremos que ela morra sem levar o prêmio.”
Wisława Szymborska:
“só pra sacanear os jornalistas que jamais conseguirão pronuciar o seu nome, um verdadeiro trava-língua.”
Wole Soyinka:
“porque o negão é do conceito e aderimos à política de cotas.”
Acho que seriam explicações mais diretas, verdadeiras…