sábado, 12 de julho de 2008

UM BOM EDITORIAL NO GLOBO DE HOJE

A prisão por duas vezes de Daniel Dantas, por motivos diferentes, colocou frente a frente um juiz de instância inferior e o presidente da mais alta Corte do país, alimentando um falso confronto entre o “bem” e o “mal”, quando, a rigor, trata-se de um rito legal. Ontem, mais uma vez Dantas foi solto por Mendes, e o pior que pode acontecer é o destino do banqueiro se transformar em problema pessoal de juiz. O assunto é técnico e precisa continuar a sê-lo.

Nesse debate, ouviu-se no governo uma interpretação da ação da PF contaminada por uma visão tosca da luta de classes, inspirada em alguma vulgata marxista, pela qual a PF estaria mostrando que acabou a impunidade no país, porque ricos estariam sendo retirados da cama e algemados. Ora, a constatação de que há o equivalente à população carcerária em mandados de prisão não cumpridos — em sã consciência, não se pode dizer que são todos mandados contra banqueiros e políticos — serve para desmontar essa visão embebida de esquerdismo juvenil. A impunidade, por deficiências do sistema, é uma distorção democratizada neste país.
A íntegra do texto está aqui.

Perfeito.