Trecho do livro “Roberto Carlos em detalhes”:
Marialice Foracchi, socióloga da Universidade de São Paulo, afirmou que Roberto Carlos se transformara em consumo e, por conseguinte, havia se desgastado. "Ele acabou se perdendo porque, generosamente, distribuiu as características que o tornavam tão especial. O seu modo de vestir, compor e falar foi partilhado por todos, imitado por todos. As diferenças gradativamente se anularam. A distância que, no palco, mantinha Roberto Carlos afastado mas ao mesmo tempo ao alcance de seu público dissolveu-se. Confundindo-se com o público, o ídolo adquiriu forma humana..."
Marialice escreveu este texto quando o programa Jovem Guarda começava a dar os primeiros escorregões de audiência. Mais de 40 anos depois, Roberto Carlos ainda está aí. Firme, forte, o artista mais tocado em toda a história da música brasileira. Daí vocês tirem as teses dos sociólogos sobre a TV, sobre a violência, sobre a educação, sobre a política internacional e verão que a sociologia, na maioria das vezes, é um exercício de chutologia aplicada. E com um jargão insuportável.