Bom, para quem me segue no Twitter, isso não é novidade e até algumas pessoas que frenquentam este pequeno minifúndio da web já sabiam que eu sou roteirista da Globo. Desde 1998. Agora, além de escrever o Casseta & Planeta, também estou na equipe de autores do SOS Emergência junto com Marcius Melhem e Daniel Adjafre (redatores finais e criadores do programa), além de Cláudia Gomes (minha antiga colega de faculdade), César Cardoso, Angélica Lopes e Adriana Chevalier. A pesquisa é de Giovana Manfredi.
Críticas negativas nós precisamos absorver para ver onde precisamos melhorar – críticas maldosas são ignoradas, claro. Agora, elogio é pra mostrar. E nada melhor que este texto da coluna de Patrícia Kogut, publicado hoje no Globo.
* * *
Quem comparou “S.O.S. emergência” ao programa de humor hospitalar “Scrubs” vai ter que rever os seus conceitos. Em sua segunda temporada, a casa de saúde aqui é um mero cenário praticamente sem interseção com a história. Dá para afirmar sem errar que “S.O.S.”, com seus draminhas de escritório quase sempre de caráter sexual, está mais para “The office”. A ação se concentra nas picuinhas do ambiente de trabalho e o roteiro aposta na força individual dos talentos. Nada de histórias amplas, que, num programa de humor, podem levar a cenas confusas ou à gritaria. Cada um tem a sua vez. É um acerto.
Anteontem, Marisa Orth e Bruno Garcia se digladiaram e não só nos diálogos. Tiveram direito a um duelo de olhares e piscadelas diante de câmeras reverentes. “S.O.S.” prescinde de claque: tem atores que sabem tudo sobre dar a dica da gargalhada. Mérito também do diretor, Mauro Mendonça Filho.
Ney Latorraca é um capítulo à parte. Com um currículo comprido de grandes personagens de humor, ele enche a tela como Dr. Solano. Fernanda de Freitas é uma revelação. Ela fez muitas novelas, mas parece ter se encontrado mesmo como comediante.
“S.O.S.” é despretensioso, diverte e não se arrasta. No fim, mostra as falhas de gravação, os ensaios, os risos sinceros dos atores fora do ar e prova que todo aquele humor é de verdade. Uma lição que Mauro talvez tenha trazido do “Toma lá, dá cá”, que usava do mesmo expediente. “S.O.S.” fecha bem o domingo.