sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A LIBERDADE LEVANDO FUMO

Eu não fumo. Quando eu era solteiro, só eu em casa não fumava. Claro que na adolescência experimentei um cigarro ou outro. Via alguns colegas pitando seu fuminho e resolvi dar umas tragadas também. Não demorou muito tempo para eu perceber que achava aquilo muito ruim. Vi que não tinha o menor sentido ficar fazendo fumaça. E não gosto que fumem perto de mim.

Dito isto, quero dizer que, mesmo não sendo fumante, não vejo com bons olhos o cerco típico de estados policiais a quem gosta de fumar. A última notícia sobre o assunto me diz que o conselho da cidade de Nova York, com apoio do prefeito e canal de TV Bloomberg, proibiu tragadinhas até no Central Park, um lugar aberto, com espaço pra cacete, em Times Square e… nas praias. Caso o criminoso resolva dar suas baforadas fora de casa, pagará 50 dólares de multa. Vendo como é implacável a Gestapo antitabagista – a propósito, Hitler não fumava –, fico imaginando se os próximos passos serão a obrigatoriedade de se mostrar uma certidão de não-fumante para arrumar emprego ou uma estrelinha bordada na camisa para segregar a galera da fumacinha, fazendo com que vivam em guetos sem o menor direito a nada até resolverem limpar seus pulmões.

O tiro de misericórdia será a instalação de sirenes nas residências, que automaticamente começarão a emitir sonoros esporros caso o “bandido” resolva exonerar seu intestino no banheiro e insistir em acender um cigarro para distrair. Daí, aparece a Polícia Antitabagista e encarcera o cidadão. Quer dizer, cidadão, não, que cidadão não fuma: encarcera o pária, o vagabundo.

Naturalmente, essas restrições se voltam aos perigosos usuários de tabaco. Não se tem notícias do que se pretende fazer com os consumidores de maconha...

É claro que essas leis restritivas não vão parar por aí. Elas serão aumentadas. Não vai demorar para termos a Polícia Vegetariana, que vai segregar todos os frequentadores de churrascaria; a Polícia Antiobesidade, que vai encarcerar gordinhos que se recusam a fazer regimes e controlar suas taxas de colesterol; a Polícia Religiosa, que prenderá qualquer um que fizer um pelo-sinal diante de uma igreja católica e por aí vai.

Mundo chato o desses idealistas…