É claro que vai! Sobretudo no Equador, onde o presidente troglodita Rafael Correa controla a Justiça e realizou o sonho de todo petista de coração: controlar com rédea firme a imprensa, que é o primeiro passo para tornar todos os meios de comunicação em assessoria de imprensa do governo, uma espécie de Granma falado, escrito, televisado e internetado.
Deu no Globo:
Num clima de crescente preocupação, a Associação Equatoriana de Editores de Jornais (Aedep, na sigla em espanhol) pediu ontem a anulação do processo judicial contra o jornalista Emilio Palácio e os donos do jornal "El Universo" — Carlos Pérez, César Pérez e Nicolás Pérez — condenados em primeira instância semana passada por terem supostamente caluniado o presidente Rafael Corrêa. Em entrevista por telefone ao GLOBO, o editor-executivo da Aedep, Diego Cornejo, assegurou que "este processo está repleto de irregularidades e jamais deveria ter sido aceito pelos tribunais do país. O problema é que a Justiça equatoriana funciona sob pressão do governo". Palácio e os irmãos Pérez foram condenados pelo juiz Juan Paredes (o sexto magistrado a assumir o caso em apenas cinco meses) a três anos de prisão e pagamento de multa de US$ 40 milhões, por terem supostamente ofendido a honra de Corrêa com a publicação de um artigo de opinião sobre a revolta policial de setembro de 2010. No texto, assinado por Palácio, o jornalista refere-se ao presidente como "ditador" e assegura que, durante a rebelião policial, Corrêa ordenou ao Exército disparar contra um hospital onde estava refugiado e por essa ação poderia, no futuro, ser acusado de ter cometido um delito de lesa-Humani-dade. Os quatro condenados apelaram da decisão de Paredes, que demorou apenas 33 horas, após assumir o caso, a anunciar a sentença de primeira instância (no total são 4).
Como todo caudilho dessa pocilga continental, Correa também é caricato. O parágrafo abaixo me lembrou uma passagem do Febeapá, de Stanislau Ponte Preta, onde o escrito conta a história de um sujeito que queria fazer “democracia com as próprias mãos”.
— Já toleramos demais, a próxima vez que esse malcriadinho (em referência a Gonzalo Marroquín, presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa) vier dizer que aqui existe uma ditadura, que a lei não se cumpre, nós o expulsaremos país — afirmou o presidente.
Um primor de democrata, não é mesmo?