quarta-feira, 6 de julho de 2011

O CAPITALISMO “SELVAGEM” DO BRASIL

Trechos da coluna de Stephen Kanitz:


O lucro médio das 500 maiores empresas do país nos últimos dez anos foi de 2,3% sobre as receitas, segundo a última edição de Melhores e Maiores, da revista Exame.

(…)

Tirar 2,3% de lucro do consumidor e do trabalhador está longe de ser uma "espoliação capitalista", como nos ensinam na universidade. Afinal, 97,7% de tudo o que você compra dessas companhias é custo do produto, que continuará em qualquer regime político que vier a ser implantado no Brasil por radicais ou pelo MST. Se o Brasil eliminar o capitalismo, os preços cairão 2,3%, nada de espetacular. Mesmo supondo que haja mais 1% escondido no caixa dois, continua um valor não exorbitante.

Há quem argumente que 2,3% é uma remuneração aceitável para compensar o risco que o empreendedor assumiu de perder tudo, de usar seu capital a serviço da sociedade em vez de gastá-lo egoisticamente consigo mesmo. Mas nossa classe pensante ensina que temos aqui um capitalismo selvagem, que espolia a todos, esquecendo-se deliberadamente de mencionar que 52% desses custos que pagamos são impostos.