sábado, 21 de janeiro de 2012

EU ERA PIRATA E NÃO SABIA…

O cinema resiste

Apesar do crescente sucesso da internet, redes sociais, youtube, etc., o mercado cinematográfico cresce no mundo inteiro. Nesse ano de 2011, o mercado chinês de cinema cresceu extraordinários 30%, no Reino Unido 4,5% e na Colômbia 13%.

No Brasil, segundo o site FilmeB, o mercado de cinema também cresceu. A renda de bilheteria dos filmes aqui exibidos chegou a R$ 1,41 bilhão, numa alta de 12% em relação a 2010. O público cresceu para 141,6 milhões de espectadores, numa alta de 5%.


Nota da coluna de Ancelmo Gois, mostrando que, apesar do compartilhamento de arquivos, é do cinema que gostamos mais.

SOPA e PIPA pra quê?

A rigor, gostaria de saber a diferença – caminhando agora pra ampliar a questão – daquele tempo em que eu comprava um disco de vinil e emprestava para um amigo copiar um das faixas que ele gostou em seu tape deck (alguém lembra disso)? Isso era pirataria? Se era, QUEM É QUE NÃO FEZ ISSO?

Se eu emprestar um DVD pra algum amigo meu, é pirataria? Não, muitos vão responder. Você pagou por ele e, sendo seu, pode fazer com ele o que bem entender. É? Então por que sendo meu eu não posso, por exemplo, subi-lo para um Megaupload da vida e compartilhar com um grupo de amigos que mora longe e que não tem acesso a uma boa locadora? Como, por sinal, foi o meu caso, durante anos na Penha.

É pirataria – é uma pergunta, ok? – eu baixar um filme e depois apagá-lo do meu HD? Ou pirataria, como eu penso, é aquele caso onde você tira vantagens comerciais de um produto que você copiou e vende em camelódromos?

Outra coisa: temos idade suficiente para lembrarmos de que os artistas viviam metendo o pau nas gravadoras por causa de contratos leoninos, onde a indústria ficava com a maior parte da grana e os artistas tinham mais é que meter o pé na estrada para ganhar o leitinho das crianças. Qual não foi a minha surpresa ao ver vários artistas – não todos, evidentemente – defendendo a indústria por causa de seus direitos autorais. Ora, mudou o Natal ou mudei eu? Logo agora, na época em que um artista pode montar uma empresa, vender seus fonogramas na web, sem intermediários, querem voltar ao tempo da servidão? A rigor, se pensarmos a fundo, os artistas não precisam de gravadora para mais nada.

Muitos cantores dizem que a pirataria – a pirataria mesmo! - os beneficiou, como é o caso, para ficarmos num exemplo, de Reginaldo Rossi. Ele cansou de afirmar que dinheiro ele ganha fazendo show e se dependesse só da gravadora, teria morrido de fome – algo nessa linha, não foi exatamente isso que ele disse.

Estou a defender a pirataria? Não! Estou querendo é saber o que é pirataria. Não me considero um pirata por baixar um filme na internet, que depois vou apagar e não vou ganhar um centavo com um comércio, aí sim, ilegal.

E os profissionais que vivem do cinema? Ora, eles continuam sendo pagos. Ou alguém em Hollywood trabalha de graça? Os números estão lá em cima, no começo do post: o cinema cresceu. Cantores e músicos continuam ganhando dinheiro como sempre ganharam: nos shows.

Pra terminar, fico com o banner que vi um dia por aí – vocês devem ter visto também: vai chegar o momento em que vão proibir você de fazer comida em casa, porque os restaurantes vão reclamar que você está diminuindo o seu número de clientes…