sexta-feira, 29 de agosto de 2008

A LUA VEM DA ÁSIA, de Campos de Carvalho



Como diria Renato Aragão:

- Agora eu vou popotizá você!

Feche os olhos, relaxe... Sim, tome o que vai abaixo como um mantra:

Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!

Mas por que Titio Persegonha diz isso? Por que Campos de Carvalho é:




( ) Sensacional?
( ) Iningualável?
( ) Extraordinário?
( ) Todas as respostas acima com dois ovos em cima.

Sim, por tudo isso. Quando nada pelo primeiro parágrafo de seu romance "A lua vem da Ásia":

"Aos 16 anos matei o meu professor de lógica. Invocando a legítima defesa - e qual defesa seria mais legítima? - logrei ser absolvido por cinco votos contra dois, e fui morar sob uma ponte do Sena, embora nunca tenha estado em Paris."

Para quem leu "Panamérica", de José Agripino de Paula, o romance de Campos de Carvalho soa familiar. "A lua vem da Ásia" é anterior. Não estou afirmando que houve plágio, nada disso. Mas o ritmo das aventuras, e mesmo do texto, numa sucessão louca de acontecimentos narrados por Adílson, Heitor, Ruy Barbo ou Astrogildo, pode ter inspirado o escritor tropicalista de alguma forma.

É um livro escrito numa época em que a criatividade era muito importante. Hoje em dia, como já estamos fartos de saber, parte da nova geração quer "chocar a sociedade", "dar um soco no estômago dos leitores" e o problema é que não querem que nós revidemos. Campos de Carvalho choca por um motivo muito simples: sabe escrever. Como poucos. Com humor, com pitadas de filosofia, com tristeza... A leitura torna-se rápida por causa da musicalidade que as palavras parecem adquirir no decorrer da história.

Walter Campos de Carvalho nasceu em Uberaba em 1916 e morreu em São Paulo no ano de 1995. Trabalhou no Estadão e também colaborou com o Pasquim.

Não tenho outro jeito de retribuir todo o bem que esta obra me fez. A não ser entoar o mantra que abre este texto:

Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!

Pensando bem, não tome como um mantra. Isto é ordem!