sexta-feira, 31 de julho de 2009

FRENESI, de Alfred Hitchcock

image 1. A primeira cena do filme mostra o discurso de um político e instantes depois, vemos um corpo de uma mulher boiando no Tâmisa. Um personagem fala: é mais um crime da gravata. Logo, não era o primeiro crime deste tipo. Alguém estava matando moças enforcando-as com uma gravata havia algum tempo.

2. O protagonista, Dick Blaney (Jon Finch, a cara do John Holmes), é acusado ser o serial killer da gravata e, claro, precisa fugir. A esta altura, já sabemos quem é o verdadeiro criminoso.

3. O caso Jean Charles, com certeza, não foi o primeiro caso de idiotia da Scotland Yard. "Frenesi" já prenunciava essa desgraça. Afinal de contas, se o criminoso da gravata já tinha atacado antes de Dick aparecer no filme custava a polícia inglesa verificar onde ele estava no momento em que ocorreram os crimes anteriores? Ele tinha um álibi: trabalhava num pub.

4. É um furo de roteiro. Será que o Alfredão não se tocou? Talvez o livro "Goodbye Piccadilly, Farewell Leicester Square" seja mais cuidadoso com estes detalhes. O roteirista, com certeza, não foi.

5. Escrever uma cena invertendo as expectativas de quem está assistindo é muito difícil. Hitchcock consegue fazer isso com brilhantismo. A última cena de "Frenesi" é isso: é de uma simplicidade genial.

6. Acho que é o primeiro filme de Alfredão que rola uma "pagação" de peitinho, embora a cena não seja tão excitante. Bom, pelo menos para quem não é um serial killer.

7. O delegado encarregado de investigar o caso padece nas mãos de sua mulher, que cisma de fazer um curso de gastronomia francesa com pratos esquisitos. Um bom alívio cômico.

8. Os anos 70, em termos de moda foram mesmo únicos. Só mesmo com a distância regulamentar do tempo para vermos como os cabelos eram horríveis, as costeletas ridículas e os vestidinhos das moças algo que só podia mesmo dar tesão em psicopatas...

9. Considerado o filme mais violento de Hitchcock. O tempo passa...

10. Ele aparece na primeira cena. Não vi. A bem dizer, isso não tem a menor importância.