terça-feira, 5 de abril de 2011

PENINHA DOS JUÍZES QUE VÃO TRABALHAR COMO TODO MUNDO!

O Conselho Nacional de Justiça bateu o martelo e os expediente nas repartições do Judiciário tem que ser de 9 da manhã às 6 da tarde. Mas sabe como é, botar juiz pra trabalhar não é democrático. Dá uma pena desse pessoal! O exemplo dado pelos meritíssimos é que no Piauí é impossível pegar no batente de meio-dia às três. Coitadinhos! O ar-condicionado não deve dar vazão. A toga deve ser muito quente. Sugiro a mudança de todo o Judiciário piauiense pro Delta do Parnaíba. Lá deve ser fresquinho, correr uma brisa e, entre uma caipirinha e outra, à beira-mar, dá-se uma sentença aqui e outra ali. Os motoristas dos juízes também deveriam ficar de bobeira de meio-dia às três. Afinal, se faz calor pra trabalhar, deve rolar uma soleba suficiente pra deixar as meretíssimas em casa, sob aparelhos de 18 mil BTUs.

Juízes devem possuir algum diferencial na sua carga genética, pois ao contrário deles, garis e motoristas de ônibus trabalham normalmente em Teresina e sem reclamar. Se reclamar, creio, vão pra rua. Ao contrário do membros do Judiciário, claro, que possuem estabilidade no emprego: na presença e na gazeta.

Realmente, fico condoído com a situação dos pobres e lamurientos magistrados! Mas eis que nem tudo está perdido para esta casta brâmane tupiniquim: o ministro do STJ, Ari Pargendler, que demitiu um estagiário que ousou estar na sua frente num caixa eletrônico, recebeu um ato de desagravo do TRE-RS! Afinal, não se pode mesmo perdoar a ousadia de um “dalit” perante a figura imponente de um representante do Judiciário pátrio! Para seus parceiros iluminados do Rio Grande do Sul, as palavras do ministro, que foram “Sou Ari Pargendler, presidente do STJ, e você está demitido! Fora daqui!” soaram como “Pelos poderes de Greyskull, eu tenho a força” e o nobre representante da Justiça transformou-se num glorioso He-Man pronto a defender os membros da Etérnia Judiciária do Brasil-Pandeiro!

É isso aí!

Depois da reclamação dos magistrados, as obras do futuro Tribunal de Justiça do Piauí vão, enfim, sair do papel.