domingo, 31 de agosto de 2008

E EU QUE PENSAVA QUE ESTAVA VENDO COISAS...

Juan e Clara, como os batizo agora, abordaram-me numa rua da zona limítrofe entre Havana Velha e Havana Central. Conversamos, caminhando rápido, transgredindo a regra que proíbe “cubanos comuns” de interagir com estrangeiros. Minutos depois, dois rapazes de azul, policiais adolescentes com salários bem superiores aos de médicos, restabeleceram a ordem. O casal de cubanos teve que apresentar documentos e Juan foi convidado a acompanhá-los à delegacia próxima. Fui junto, apresentei-me como um amigo de anos, inscreveram nossos nomes num livro velho de ocorrências. Democracias administram as coisas. Ditaduras totalitárias só administram os espíritos. Havana Central verga sob a sujeira e um odor entranhado de urina.
Este é um trecho de um trecho do texto de Demétrio Magnoli que está no Estadão de hoje. Peguei daqui. Quando eu disse que isso acontecia (antes de ler o que vai aí em cima), um camarada meu, que já esteve na ilha, rebateu: "Você tá fantasiando! Não vi nada disso por lá." Calei o bico. O cara estave lá, pensei. De repente, é exagero mesmo. Mas depois de ler este texto, eu vi que estava certo. Que minhas informações não eram infundadas. E mais: o fato do meu camarada não ter presenciado uma coisa desse tipo não significa que ela não exista. Existe.

ATUALIZAÇÃO: O texto completo está aqui.