sexta-feira, 1 de agosto de 2008

LEI DE ANISTIA

A Lei 6.683 foi aprovada em 28 de agosto de 1979 pelo governo do então presidente João Baptista Figueiredo e garantiu anistia a todos os que cometeram crimes políticos ou conexos entre setembro de 1961 e agosto de 1979.
Quando eu digo que os militares acusados de torturarem presos não podem mais ser punidos, sou acusado de defender torturadores. Mas estou longe disso. Graças a Deus. Apenas repito o óbvio que o "clamor" da esquerda não deixa ver: eles não podem ser punidos por causa da Lei da Anistia. Nem eles nem os terroristas de esquerda.

Bem disse Reinaldo Azevedo que, se revogarem a Lei de Anistia, quem mais tem a perder são políticos hoje no Governo ou no Congresso. Os coronéis que freqüentavam porões já estão devidamente em seus pijamas - alguns foram afastados ainda no governo Geisel. Já os amiguinhos do sr. Tarso Genro continuam aí, pimpões, com dedinho acusador apontado pra todo mundo e esquecendo os crimes que cometeram. Numa pequena listinha, poderíamos dizer que Carlos Minc, Dilma Roussef e Fernando Gabeira puxariam uma etapa retroativa por crimes como seqüestro, assalto a banco. Um professor universitário lá da Unicamp que se orgulha de ter participado do assassinato de um militar americano inocente - que ele acreditava ser um "agente imperialista" - também pegaria um xilindró.

Revogando-se a Lei todos podem ser punidos. Então beleza. Jogo jogado.

O ministro do STF, Celso de Mello afirma que a lei não pode ser revogada e não se enquadra naquelas que foram suspensas pelo Tribunal Penal de Haia. Por um motivo simples: ela não significou auto-anistia para os criminosos militares. Ela livrou a cara de terroristas e seqüestradores que estavam do "outro lado" também.

Até o ministro da Defesa (membro do governo federal, para que não se esqueça), Nelson Jobim, e que não pode ser considerado um direitista malvado e truculento, diz:
- Uma coisa é a Lei de Anistia, uma legislação que já atendeu seus objetivos. A outra é examinar fatos que estão sendo levantados pelo ministro Tarso Genro. Mas essa é uma questão do Judiciário, uma interpretação da lei. Agora, alteração da lei não pode haver. Porque a lei foi auto-suficiente. Ou seja, já esgotaram os seus efeitos. Já os realizou. Mudar essa legislação seria o mesmo que revogar aquilo que já foi decidido anteriormente, que foi a pacificação nacional.
Mas uma coisa chama a atenção. É esse humanismo de esquerda. Claro está que tortura é uma coisa inaceitável, desumana, sádica, degradante, covarde e quantos outros objetivos que vocês queiram incluir. Mas este mesmo ardor que a esquerda possui para punir militares se esvai quando o tema são os militantes de esquerda que cometeram atrocidades semelhantes ou piores do que os pessoal verde-oliva dos porões.

Senão vejamos:

1 . A esquerda é contra a extradição para a Itália do seqüestrador e terrorista Cesare Battisti. No seu currículo está a participação do seqüestro e morte de Aldo Moro, ex-primeiro-ministro italiano. Em seu país, foi condenado a DUAS PRISÕES PERPÉTUAS. Além dos vários crimes de que é acusado e dos quatro assassinatos, uma de suas vítimas, AlbertoTorregiani, de 42 anos, vive em uma cadeira de rodas, por ter sido ferido no assalto à joalheria de seu pai, o qual, durante a ação, foi morto por Battisti.

2. Achille Lollo, o idéologo do PSOL, militante do Partido Operário Italiano, que tacou fogo no apartamento de um adversário, Mario Mattei, onde estavam a mulher de Mario e mais os seis filhos do casal.
Mattei trabalhava como gari e era secretario da seção do MSI (Movimento Social Italiano, de direita) no bairro. O casal conseguiu escapar, junto com quatro filhos. Mas Virgilio, de oito anos, não conseguiu sair de seu quarto. Seu irmão Stefano, 14 anos mais velho, tentou salvá-lo. Ambos morreram queimados. Lollo foi condenado. Mas houve por bem fugir de seu país. Aí resolveu vir pro patropi , dar aula de Humanismo proao pessoal da dona Loló.

3. O caso Oliverio Medina é mais do conhecido, não? Acho que não preciso explicar que os "vingadores" de esquerda nem pensam em mandar o "Cura Camilo" para ser julgado na Colômbia por coisas banais, como sabemos: seqüestro, assassinato, tráfico de drogas e de armas... Não. Ele é bonzinho e só faz isso pela causa.

Para estes três casos (e são apenas os mais conhecidos), o humanismo de esquerda não funciona. Não há desejo de punição, só de passar a mão pela cabeça dos "heróis" numa afronta às justiças da Itália e da Colômbia, que, pelo jeito, não são nada confiáveis. Só a nossa. A nossa é uma beleza e é assim que vamos anistiando por conta própria aqueles que a esquerda não quer que prestem contas em seus países.

Repito Reinaldo Azevedo: quem mais tem a perder com a revogação da Lei de Anistia é quem está no poder. Os outros ou já morreram ou estão em vias de prestar suas contas com o Coxo.