sexta-feira, 1 de agosto de 2008

EM DEFESA DE ISRAEL, de Alan Dershowitz (Parte 9 de 12)

AS NOVAS MODALIDADES DE ATENTADOS TERRORISTAS E A QUEDA DO ÍNDICE DE MORTE DOS ISRAELENSES

Dershowitz também responde a várias acusações, sendo que uma das mais delicadas é: "Porque morreram mais palestinos do que israelenses?"

Vendo assim, a olho nu, pode-se pensar na truculência israelense para com os desafortunados palestinos.

Há um detalhe, porém, que escapa a muitas pessoas. E este detalhe pode caber numa pergunta: vocês sabiam que os palestinos contam como vítimas de Israel os homens-bombas que atacam israelenses?

Este é o detalhe, claro. O fato mesmo é que se vários atentados contra israelenses não fossem frustrados pela ação das autoridades de Israel, a conta seria bem diferente.

"Os palestinos propositadamente tentaram matar muito mais israelenses do que de fato conseguiram, ao passo que as mortes atribuíveis a Israel foram em sua maioria causadas acidentalmente ou num esforço legítimo para tentar deter o terrorismo."

Dershowitz relata uma série de ataques palestinos que acabaram não dando em nada como o bombardeio da Shalom Towers (a torre israelense equivalente ao World Trade Center), o ataque às instalações de gás e combustível Pi Gillot em Tel Aviv e cita ainda que entre setembro de 2000 e agosto de 2002, 14 mil ataques "foram feitos contra a vida, pessoa e propriedades de inocentes cidadãos israelenses residentes, os idosos, as crianças e as mulheres. (...) Uma estimativa conservadora do número de israelenses que poderiam ter sido mortos se todos ou a maioria dos atentados tivessem tido êxito, é, pelo menos, dez vezes maior do que os mais de 800 que foram efetivamente mortos."

Há outros fatores que contribuem para um menor número de vítimas israelenses. Vítimas fatais, bem entendido. Um dos fatores é a resposta médica de Israel:

"A taxa de mortalidade está caindo em 70%. (...) Eles [os terroristas palestinos] não são menos mortíferos - está apenas mais difícil para eles matar israelenses devido ao excelente atendimento médico."
Falando em resposta médica, a de Israel é bem diferente da resposta palestina:

"A Autoridade Palestina decidiu não mais transferir palestinos feridos a hospitais israelenses, apesar do fato de hospitais israelenses serem completamente apolíticos no seu tratamento de pacientes fazendo a sua triagem com base na gravidade dos seus ferimentos e não na necessidade de saber em que lado do conflito eles estão."

A contagem palestina de mortos leva em conta não apenas os homens-bomba, como já foi dito um pouco acima, mas espertamente inclui no bolo combatentes palestinos armados, líderes de grupos terroristas, fabricantes de bombas (que morreram quando seus engenhosos artefatos explodiram acidentalmente), terroristas mortos em autodefesa (ou seja, tacando bomba nos outros), colaboradores que foram mortos por outros palestinos e até mesmo pessoas que morreram ao atirar munição no ar nos espetaculosos funerais e protestos palestinos.

"A idéia de que qualquer um contaria os homens-bomba e outros terroristas como vítimas em comparação com os civis inocentes que eram seus alvos é tão absurda e imoral que desafia qualquer explicação sobre como a mídia pode apresentar esses números como baixas comparativas com a cara limpa.

(...)

Os palestinos também contam pessoas inocentes surpreendidas em fogo cruzado entre combatentes palestinos e israelenses, mesmo em situações em que não se pode saber qual lado disparou o tiro fatal. Por exemplo, a criança que foi filmada pela televisão francesa sendo alvejada nos braços do pai pode muito bem ter sido atingida por atiradores palestinos, de acordo com um relatório investigativo da televisão alemã, que comparou o ângulo das balas com a localização dos combatentes palestinos e israelenses".

Ellis Shuman, da TV alemã, afirmou categoricamente:

"As amplas provas indicam, com alta probabilidade, que os israelenses não fizeram isso."

Aqui no Rio temos comportamento semelhante da mídia. Ainda que a Polícia Militar não tenha nem de longe o preparo dos soldados de Israel, ainda que a Polícia Militar mate muitos inocentes (e isto é um fato para o qual ninguém pode fechar os olhos), ainda com tudo isso é certo que os policiais não são responsáveis por todas as mortes nos conflitos contra os traficantes nas favelas da cidade. Creio eu que a própria imprensa tenha ficado chocada ao descobrir como os traficantes podem ser malvados, atirando em membros inocentes da própria comunidade só para que os feridos e mortos fossem colocados na conta da PM, como bem noticiou o Portal G1 no auge dos conflitos da Vila Cruzeiro, na Penha.

"Quando os israelenses acidentalmente matam um civil, há críticas internas, comissões de inquérito e, algumas vezes, até punição. Quando os terroristas palestinos assassinam crianças escolares israelenses, há um festejo generalizado e elogios aos matadores."

A desfaçatez é apontada pelo próprio líder do Hamas, Ismail Haniya, que assim falou ao Washington Post:

"Os palestinos estão afugentando os israelenses agora porque encontraram seu ponto fraco: os judeus amam a vida mais do que os outros povos e preferem não morrer. Assim, os homens-bomba são ideais para lidar com eles."

É claro que um sujeito que pensa assim é um "doente". Mas sabemos quem tem certa simpatia por este tipo de gente. Apesar do modo torto de pensar de um vigarista como Hanyia, isso faz parte da "artimética palestina". Diz Dershowitz:

"Aqueles que argumentam que Israel deveria ser condenado porque mais palestinos do que israelenses foram mortos, de fato, encorajam esse cruel cálculo da morte."

Dershowitz lista alguns atentados que não deram certo com uma "nova arma" utilizada pelos sensíveis terroristas palestinos: as crianças-bomba. Além disso, eles mostram não ter mesmo limites em sua doença: seduzem mulheres para servir a causa. Só que tem um porém: eles engravidam as mulheres - solteiras - e dizem que a única maneira delas evitarem a vergonha perante suas famílias e a sociedade é... morrer como mártir. Os terroristas palestinos inventaram a mulher grávida-bomba.

As moças que conseguem escapar deste artifício torpe precisam viver escondidas pelo resto de suas vidas.

Dershowitz cita um trecho de uma coluna de Thomas Friedman no New York Times que expõe bem a hipocrisia dos palestinos. Diz Friedman:

"Por que quando hindus matam centenas de muçulmanos isso gera uma manchete abafada na mídia árabe, mas, quando Israel mata uma dúzia de muçulmanos, numa guerra em que os muçulmanos também estão matando judeus, isso inflama todo mundo árabe?

... Esse é um problema sério. Nas últimas semanas, sempre que muçulmanos árabes falavam comigo sobre a dor de verem palestinos maltratados por israelenses nas suas telas de televisão todas as noites, eu também perguntava: 'Por que vocês ficam sofrendo tanto quando israelenses maltratam palestinos, mas não dizem uma palavra sequer sobre a brutalidade com a qual Sadam Hussein apagou duas gerações de iraquianos, por assassinatos, medo e gás venenoso? Não recebi boas respostas."

Este trecho foi publicado no New York Times em 6 de março de 2002. Naquela época, Sadam ainda estava vivo.

* * *

Como de praxe, na próxima sexta, dia 8 de agosto, publicarei mais uma parte do resumão do livro "Em defesa de Israel".