segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O PÚCARO BÚLGARO, de Campos de Carvalho

Lembram deste mantra?

Pois podem continuar repetindo:

Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!

"O púcaro búlgaro" tem como ponto de partida o desejo do narrador de encontrar e provar definitivamente a existência... da Bulgária. Sim, o país chamado Bulgária. Aquele lá do leste-europeu, onde se diz que se por um acaso começa a chover em Moscou, em Sófia todos abrem o guarda-chuva..

Para sua expedição, depois de colocar o anúncio no jornal, o narrador encontra as pessoas que julgam ideais para ajudá-lo na dura empreitada: o maior bulgarólo (ou bulgarósofo) vivo, o cearense Radames Stepanovicinsky, que entre outras peculiaridades, não pode ver uma bunda; Ivo, o que viu a uva, que é descendente do árabe que criou o zero (e que cobra de todos os royalties pelo uso do número); o expedicionário Expedito e, no meio da confusão, a suculenta empregada Rosa, que serve de desafogo para a galera.

Comparando "O púcaro búlgaro" com outro romance de Campos de Carvalho, "A lua vem da Ásia", acredito que este tenha um ritmo melhor do que aquele. Mas também é genial. Passou-me pela cabeça a sensação de que os dois personagens que protagonizam as duas histórias são a mesma pessoa, o mesmo louco sensacional.

Campos de Carvalho é autêntico, non sense, crítico mordaz (por que é que toda vez que escrevemos a palavra "crítico" nos vem a tentação de tascar a palavra "mordaz" logo depois?).

Algumas passagens de puro humor e surrealismo do texto de "O púcaro búlgaro":

"- Professor, como se explica que numa cidade como Copacabana, onde há as mulheres mais lindas do mundo, dêem tantos veados; cada ano o dobro do ano anterior, segundo as últimas estatísticas do Ibope?

(...)

- Como se não bastassem os guardas você ainda quer que eu preste atenção nos veados?"

* * *

"Rosa:

- Está aí fora um sujeito que diz que não existe.

- Mande entrar assim mesmo."

* * *

"Só há uma verdade absoluta: todo racista é um filho da puta!"

* * *

É isso. E no mais sigam o mantra:

Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!
Leia Campos de Carvalho!!!