quarta-feira, 26 de novembro de 2008

RIO DE JANEIRO, CIDADE QUE ME SEDUZ

“A opinião que representantes estrangeiros (...) emitiram sobre o Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que lhe louvavam os encantos naturais, a graça de suas habitantes, não nos revela nada de novo; apenas deve ser encarada como uma alfinetada que nos faça despertar, enquanto é tempo, para uma luta desesperada pela salvação da cidade.

As mazelas apontadas (...) aí estão à vista de todos: favelas estendendo-se por toda parte, substituindo assustadoramente a vegetação dos morros; um desenfreado e antiestético comércio ilegal de calçada, no centro e nos bairros, onde os camelôs expõem quinquilharias e objetos contrabandeados, barrando os passos dos transeuntes, tal como se estivéssemos numa Casbah imensa; absoluta falta de segurança, de dia ou de noite, pela falta quase que completa de policiamento; sujeiras pelas ruas, parques e praias; desordem infernal no tráfego; trottoir vergonhoso, principalmente em Copacabana; enchentes que paralisam a cidade e causam mortes, a cada chuvarada mais forte (...); enfim, uma série interminável de verdadeiras calamidades. Já não há mais tempo a perder, se queremos salvar o Rio. (...)
Sabem de que ano é este texto. De 1958.

1958!!!

Editorial do Globo de 26 de novembro do já citado ano!!!

Deu pra ter noção de que estamos andando em círculos?